bikenauta

Abril 27 2014

A diversidade, a variedade, é a via do crescimento da pessoa. Se bem que é bem confortável mantermos uma situação que está nos fazendo bem. Mas nada que se petrifica é deixado em paz pela natureza. Ela vai atacando a rigidez de um processo comercial, ou de um grupo de amigos, tanto quanto corrói uma rocha. Então é bom ser maleável, mudar. Quando saímos para pedalar geralmente temos aqueles colegas certos, mas isso não dura. Por isso, é preciso variar.

Hoje, 27/04/2014, saí para pedalar com uma turma constante, mas no caminho, na beira rio, encontrei outro grupo que há tempos não andava junto e resolvi ficar com estes. (na saída, foto do homem-aranha cedida na marra)

E um grupo alegre seguiu pela estrada para Bananal entrando para Rialto em frente a fazenda Bocaina.

 

Era um pessoal alegre com várias ciclistas que pedalam bem e fizemos o percurso rapidamente. Depois da parada na padaria voltamos pelo asfalto novo passando pela Colônia. (ela é a mais velha, não, a mais rodada de todas as belezas em fila aí)

A manhã passou rápido e voltamos para casa que hoje tem jogo do Flamengo.       

publicado por joseadal às 20:25

Abril 23 2014

Um homem pode pegar sua bike e sair sozinho pelas estradas; e uma mulher também pode?

Antes de falar de uma amiga ciclista e sua coragem e, ao meu ver, falta de prudência, vou transcrever um trecho do livro Dom Quixote de La Mancha p.124: “Havia uma menina órfã que cresceu com tamanha lindeza que todos ficavam enamorados por ela. Seu tio guardava-a com muito recato, mas eis que um dia, quando ninguém de tal se precatava, ela aparece feita pastora mimosa e deu em ir ao campo pastoreando seu rebanho. Não posso dizer à justa quantos mancebos e fidalgos tomaram o trajo de pastor e saíram andando pelos campos após ela. Porém, não se cuide que por ela se ter posto naquela liberdade e vida tão solta, desse ensejo, nem por sombra, de coisa que desdissesse da sua honestidade e recato. Antes, é tanta a vigilância com que se olha a sua honra, que nenhum ainda se gabou, nem com verdade poderá jamais gabar, de haver dela obtido alguma esperança de lograr os seus desejos. Não é que fuja ou se esquive da companhia e convivência dos pastores, senão que os trata cortês e amigavelmente, até que descubra outra intenção. Então, afugenta-o sem demora”.

Quando formou-se o clube de ciclismo de Volta Redonda, a ciclista Ivete Amaral estava entre os fundadores. E quando comecei há pedalar, quatro meses depois, ela era um exemplo a ser seguido. Quantos caminhos conhecemos sob a liderança firme dela.

(na foto, entre tantos ciclistas homens, ela é a primeira à direita) 

Mas sua preferência sempre foi andar pelos caminhos só com sua bike. Altos de serras, trilhos quase indistintos, ela vence com toda tranquilidade. A força das suas pernas é difícil de se igualar. Em todos esses anos, ninguém ousou levantar qualquer duvida sobre sua honestidade. É uma guerreira da bicicleta. 

publicado por joseadal às 01:10

Abril 20 2014

A estrada que começa na ponte Zacarias, entre Sta. Izabel do Rio Preto e Sta. Rita de Cássia, está bem compactada para levar asfalto. É praticamente plana e é perigosa para quem costuma dormir sobre a bicicleta em paisagem sempre igual, dá um sono danado. Mas bem ali, do outro lado do rio Preto, a coisa muda de figura. A estradinha bem batida é para um só carro passar de cada vez, e muitas bikes correrem sem preocupação. O visual é, como disse Nilson, citando a esposa Jaqueline: lúdico. Um dos significados da palavra cai como uma luva: é pura diversão.

Saímos de Rio Preto numa manhã cinzenta e fresca que nos incitava a pedalar muuuiiito. Éramos três: os dois irmãos, Nilson e João, e eu. 

O rio calmo é o companheiro constante enquanto corremos entre morros altos, porque, naquele trecho o vale feito pelo rio é estreito.

Velhos casarões, como esse que serve um almoço bem típico, aparecem muitas vezes.

As cachoeiras, como a do Barbosa, é sempre um convite, mas não para essa vez, 19/04/2013, sábado de Aleluia. Não havia sol.

Depois de vinte bons quilômetros, em que topamos com o burrinho amigo do colega Paulo Renato, que estava acampado no Funil com a patroa,

decidimos visitar a formosa fazenda São Bento do Mato a Dentro, construída no início do século XIX. Os descendentes dos proprietários tinham vindo, como é costume em toda semana santa, para gozar as delícias do lugar, participar da reunião do clã e voltar no tempo. Naquele trecho a serra fica afastada do rio Preto e formam vales muito bonitos.

Voltamos à estradinha, passamos pela fazenda Santa Clara com suas cem janelas – algumas verdadeiras outras falsas – e atravessando a ponte dos arcos fomos almoçar no restaurante do Duque, cada dia melhor.

 - Só esse pouquinho, Zé?

Na verdade, não. Nilson e o irmão João foram visitar a usina velha em Cel. Cardoso e voltaram para Rio preto, onde deixaram o carro. Eu me mandei logo para casa, andando mais 70 km. Sempre aventureiro deixei a estrada pronta para o asfalto e entrei pelos caminhos de fazenda, trilha descoberta por João Bosco. No meio das serras o céu ficou preto que nem urubu e os raios riscavam o céu.

Fiz minha prece e enquanto o aguaceiro despencava em Sta. Izabel e em Rio Preto, fui abençoado só com uns pingos refrescantes.

Ah, sim, ia esquecendo de contar. O único senão neste passeio foi não ter visto, por mais que olhasse, a bengala do coronel escravagista da fazenda Sta. Clara. Nilson, que muito pedala por ali, afirmou quase jurando que já viu a tal bengala enfiada num galho lá no topo da figueira. A história é que o coronel arremessou-a num moleque escravo e o anjo da guarda do menino desviou a ponta afiada que foi se fincar na árvore. Naquele tempo ela ficava a coisa de 5 metros do chão, mas com o tempo ela está cravada a mais de 30 metros. Mas olhei, olhei, perdi tempo, e não vi nada. São estórias da roça.         

publicado por joseadal às 15:56

Abril 13 2014

Não se deixe esquecer, o tempo não para e forças titânicas estão sempre a mudar tudo.

(o amigo Epifânio segue pedalando entre morros formados de quartzito, mineral que os geólogos dizem ser formado no fundo do mar) 

Ontem, 12/04/2014, dez amigos de Volta Redonda juntaram-se à quatro de Valença e sobre suas bicicletas saíram de Rio Preto em demanda da Cachoeira do Arco-Íris.

Entre Lima Duarte e Santa Bárbara do Monte Verde a região enche os olhos de belezas. Subindo sempre a paisagem tem como pano de fundo a serra do Funil. A estrada que os homens construíram corta as encostas dos morros e vai nos levando para o alto vendo vales sombreados e pintados de quaresmeiras e ipês amarelos de vários tons de cores.

Os músculos vão se acostumando ao esforço incessante de avançar por nossas próprias forças, sem ajuda dos motores que transformaram tanto o ser humano. Santa Bárbara é uma cidade interiorana onde o casario se espalha entre colinas. Depois de um lanche entramos pela estrada de chão.

Para cima e para o alto. Não havia outro caminho a pedalar senão indo para a serrania. Uma serra é um grande acumulador de águas, especialmente se suas matas são preservadas, e ali os riachos vinham correndo de todos os grotões.

Enfim, a última parada antes da cachoeira. São Sebastião do Monte Verde é só um arraial, mas tem sua bela igreja erguida numa elevação. Paramos num barzinho desprovido de tudo, mas bem abastecido de água mineral e cerveja.

Descansamos um pouco enquanto o cavaleiro Zé trotava num belo cavalo.

Etapa final, o arremesso a cachoeira. Aqui um parêntesis: já vimos muitas cachoeiras pedalando por aí. Algumas imponentes parecendo vir lá do céu, como a de Carlos Euler. Outras gostosas de tomar banho, como a do Robertão, em Amparo. Ainda outras de tombos variados como a de Sete Quedas, em Bananal. Algumas belas e escondidas, como a de Santo Isidro, em São José do Barreiro. Assim, a visita a uma cachoeira quase sempre se revela um desapontamento: é só uma queda d’água sem graça. Mas a do Arco-Íris, já de longe anunciava novidades e belezas.

Mas quando saímos de dentro da mata na bacia agitada, demo-nos conta que estávamos diante de uma obra de Deus sem igual. A longa queda provoca um vento cheio de gotículas d’água que umedece tudo.

Os ciclistas ficaram pequeninos diante do jorro que saía de entre as pedras lá no alto. Mas quando se entrava debaixo da cachoeira o impacto era multisentidos. O frio e o choque de gotas que martelam a pele, fazem brotar sorrisos que viram risadas e se transformam em gargalhadas. É uma alegria só a cachoeira do Arco-Íris, uuuiiii.   

publicado por joseadal às 15:25

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