bikenauta

Janeiro 31 2011

A bicicleta é um veículo.

- Ora, isto eu já sei!

Quero dizer outra coisa, ela é também um veículo de comunicação. Sobre ela não se faz só exercício corporal, há o linguístico, falar, cumprimentar e perguntar. Que exercício para a língua! E como a gente vai mais longe conversando!

Foi assim, batendo papo com o conhecido Dunga, que fiquei conhecendo o mountain bike. Precisava ver o entusiasmo dele pelas pedaladas, não teve dúvida, cai dentro. É bem verdade que quase morri no primeiro passeio de 30 km, mas sobrevivi e não parei mais de pedalar. Ainda mais que falando e falando Dunga me prometeu levar por cem trilhas diferentes. Resultado, fiquei mais magro 20 kg, ganhei uma boa musculatura e minha pressão normalizou. Meu apelido para alguns colegas é “seu” Zé fecha farmácia, não compro mais remédios para mim. Ah sim, já andei todas a centena de trilhas e conversando com o amigo Dunga quanta coisa aprendi, tanto sobre as técnicas do ciclismo como a respeito de botânica, ele é um profundo conhecedor das plantas. Ganhei mais respeito pela ecologia ouvindo as explicações em pleno campo e enquanto pedalava. A bike é mesmo mágica.

Mas, como dizia, pedalar exercitando a língua é ótimo. Sobre a magrela me sinto tão feliz que vou cumprimentando todo mundo no caminho. Todo mundo mesmo! Um jovem que me acompanha me imita brincando: Oi, cavalinho bonito! Para aí, cachorro bonito! É mesmo, falo com a natureza e com meus irmãos humanos. E foi assim que conheci João Bosco. Num passeio a um quilombo ultrapassava um ciclista desconhecido quando botei minha língua pra funcionar: Ei companheiro, vamos com a gente! E ele foi, a gente proseando e o tempo e a estrada passando sem a gente ver. Não deu outra, ficamos amigos. A bike faz dessas coisas, junta as pessoas, cria amizades duradouras.

Mas voltando ao tema de trocar idéias enquanto os pés movem o pedal lembro de uma vez, um negócio incrível. Íamos, eu e João, no ti-ti-ti por um caminho com uma subida bem inclinada onde tem que se fazer bastante força no pedal e até pedalar em pé - no meu caso, bufando. E não foi que nós, no conversê, nem notamos a tal subida. Lá na frente me dei conta: João, cadê a subida do Peixe? É assim, andar de bike é um excelente exercício, mas com amigos ela se torna prazerosa e edificante.

Nós três temos praticamente a mesma idade, nascemos antes da metade do século passado, em 1944. Gostamos quando ouvimos um jovem, conosco na trilha, comentar: Vocês são um exemplo pra gente! E não é pra ser?! Quando pedalamos juntos são quase 200 anos em cima das bicicletas!

E não cansamos, nem de pedalar nem de conversar e com isto quanto multiplicamos os amigos e conhecidos! Então, só me resta usar a língua e perguntar: Vamos pedalar, amigo? (foto do amigo Fabiano) [esta matéria sau na revista Bicicleta]

 

publicado por joseadal às 21:37
Tags:

Janeiro 30 2011

No primeiro Pedal para Iniciantes de 2011 foi espetacular a presença de quase 50 ciclistas. Apenas uns 10 eram figurinhas fáceis, os companheiros de sempre, mais de uma dezena eram conhecidos que pedalam conosco vez ou outra e mais de 20 eram novatos ou desconhecidos. Ver tantos jovens é uma prova de como a mídia vem destacando esta modalidade de esporte.

publicado por joseadal às 19:54

Janeiro 30 2011

Isto me recorda a propaganda subliminar da qual falaram muito há uns 50 anos. Um filme na TV mostrava um jovem casal entrando no cinema e parando para comprar pipoca. Um apresentador então surgia e explicava que iam fazer uma experiência, colocar um letreiro aparecendo e sumindo tão rápido que a vista não perceberia mas que provocaria uma reação nos telespectadores. Quem não quizesse participar deveria desligar a TV ou sair da sala. Depois de um momento o apresentador perguntou se sentiram alguma vontade ou desejo. Quem quizesse poderia telefonar e relatar o que sentiu e ele relataria depois do intervalo comercial. Muitos telespectadores relataram vontade de comer pipoca, alguns se levantaram e foram prepará-la e teve alguns que não tendo pipoca em casa saíram para comprar. A propaganda subliminar dizia: coma pipoca agora, faça uma pipoca gostosa. Felizmente esta maneira de motivar as pessoas foi proibida.

publicado por joseadal às 19:53

Janeiro 30 2011

Mas vendo tantos ciclistas novos no pedal de hoje, 30/01/2011, temos de admitir que o velho jargão, "pedra mole tanto bate até que fura" vigora na relação mídia x povo. Hoje se fala muito na importância da bicicleta para a saúde e como solução para diminuir a poluição da Terra. As pessoas ouvem e vêem isto toda hora  o que reflete nas grandes participações nos eventos para iniciantes ou em alguma comemoração. O que nos alegra muito.

publicado por joseadal às 19:50
Tags:

Janeiro 25 2011

Quando nosso grupo encontrou o pelotão principal em Conservatória fui direto a Rafael elogiar sua boa estrela de ter marcado este pedal noturno com antecedência de um mês, bem antes de começar as chuvas que mantiveram muitas cidades reféns e que cada noite caia em bátegas, numa noite de lua cheia e de céu limpo. Tudo conspirou para a beleza do passeio noturno. (foto de Sandrita)

publicado por joseadal às 20:37

Janeiro 25 2011

No maravilhoso horário de verão, às 19 horas, o Sol ainda reinava vigoroso e pescadores esperavam pacientes a fisgada emocionante enquanto passávamos com nossas bikes pela beira-rio. A noite prometia. Novos colegas juntavam-se a nós pelo caminho. A emoção nos dominava quando a escuridão caiu.

publicado por joseadal às 20:31

Janeiro 25 2011

No breu da noite as lanternas e os pisca-pisca lembravam um bando de seres estranhos correndo pela estrada ao passo que as pessoas comuns, guardadas em suas casas, dormiam ou ficavam insones. Nós varávamos as trevas, aquela que aguardávamos aprontava-se para nós.


publicado por joseadal às 20:28

Janeiro 25 2011

No caminho que serpenteava, sempre subindo, entre os morros vimos uma claridade iluminar uma ponta do horizonte. O gado dormia ou ruminava a tênue luz das estrelas de nossa galáxia. Então, ao dobrarmos uma curva, a luz dos faroletes clareando só o chão, a vimos, linda, amarela e um pouco mais magra, nossa acompanhante dessa noite de aventura. Iluminando o mundo dos humanos com uma luz cheia de saudades nos permitia voar com os faróis apagadas. Entramos em Conservatória pela morada dos mortos que nos ouviram passar como pássaros da noite.

publicado por joseadal às 20:26
Tags:

Janeiro 25 2011

Na praça, o pessoal que veio na frente nos recebeu com as laternas piscando e enormes sorrisos de amizade. Era noite de sábado e a cidade regurgitava de gente, uma seresta andava pela rua de pedras com os vilões tocando tristezas enquanto um coro de vozes cantava amores perdidos. Durante o lanche, o relógio batendo as doze badaladas, o grupo aumentou com chegada dos ciclistas de Barra do Piraí. A nova e larga estrada para serra da beleza acordou e ficou toda alegre com os gritos animados da caravana que passava e os latidos aflitos dos infinitos cães de guarda do mundo. A ponte dos Arcos que tanta coisa já viu admirou-se com tanta gente feliz parada junto as suas pernas grossas. Mais a frente o grupo se dividiu no túnel do Capoeirão. (foto de João Bosco)

publicado por joseadal às 20:24

Janeiro 25 2011

A noite, no alto da serra e sob a luz trêmula das estrelas, de repente ficou gelada. Um vento frio corria em nossa volta, nós que procurávamos um, unzinho só, disco voador. O binóculos passou de mão em mão olhando a bela lua com sua face iluminada. Descemos a serra correndo com o vento nos perseguindo e zumbindo em nossos ouvidos. Uma longa descida cortando a madrugada enluarada. Santa Izabel dormia e dançava ao som do forró que acabava. Assim são as noites de todos os homens: quietude, ansiedade e vibração de vida. Saímos em bando procurando o amanhecer e uma padaria aberta. Vênus cresceu tentando suplantar a dama da noite. (foto de Sandrita)

publicado por joseadal às 20:12

mais sobre mim
Janeiro 2011
Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1

2
3
4
5
6
7
8

9
10
11
12
13
14
15

17
18
19
20
21
22

23
24
26
27
28
29



pesquisar
 
Tags

todas as tags

subscrever feeds
blogs SAPO