Chegamos em Mangaratiba, foram 80 km fortes e felizes. Éramos oito homens cheios de uma alegria juvenil. Brincadeiras e risadas, piadas e implicâncias, não eram de gente grande, eram de crianças felizes.
Li uma vez, no livro Análise Transacional, que temos dentro de nós três caráteres como faces de uma mesma personalidade: o adulto, o pai/mãe e a criança. O ideal seria nenhuma parte levar vantagem sobre as outras. Mas vivemos tanto tempo com a seriedade de adulto para encarar este mundo ou com a máscara de pai/mãe para cumprir nosso dever de levar novas pessoas a maturidade, que a criança dentro de nós fica mirrada, aborrecida e revoltada. Não queira saber a confusão que uma criança destratada pode causar.
Então fomos, quase podia dizer: Branca de Neve e os Sete Anões. E foi uma farra só. Quem foi Branca de Neve nesta folia? Todos fomos os 8 personagens em algum momento. João Bosco foi Zangado quando pensava: não sei que hora nem que dia vamos chegar em casa! João 2010 foi Dengoso quando ralou o rosto no chão. Dunga... ora, só podia ser o Dunga mesmo. Fabiano foi o Mestre e o Atchim. Marcinho foi Soneca alguma vez, o cara só voa o tempo todo?! Edinho foi o Feliz, mas quem não foi? Todos fomos Feliz numa porção de momentos.
O capitão MP também foi Mestre, Feliz e Branca de Neve. Todos fomos Branca da Neve surpresos com tanta novidade e magia como quando chegamos no mirante e o mar se mostrava lá embaixo no meio das serras. Igual ao Zé. Ele foi Mestre, Feliz, nunca Zangado, sem Atchim nem Soneca, sempre ao lado de Dunga e Dengoso com as flores do caminho. Ah, e quando mergulhou no mar de Mangaratiba e virou para o céu azul as cochas brancas quem podia ser senão Branca de Neve!? Se bem que o pessoal gritou: olha o Jacaré! Mais isto é outra história.
Mas como se riu nesses 80 km e na volta! Como se brincou! Ficamos cheios de nosso lado criança por muito tempo. Com certeza o Adulto em nós vai ser um cara tranquilo e amigo por muitos dias e nossa obrigação pai/mãe/chefe de família, será desempenhada, com certeza, com muita compreensão e amizade.
Vale a pena ser criança! A ida à Mangaratiba foi um exercício de alegria. Nunca nossos músculos faciais trabalharam tanto, quase tanto quanto as pernas.