bikenauta

Dezembro 27 2011

Região dos Lagos, não é à toa que esta região do nordeste fluminense tem esse nome. Todo litoral neste trecho foi uma longa restinga que aprisionou em lagoas águas que descem das serras. Ontem rodeei duas delas como um amante carinhoso acaricia os seios da mulher amada. A primeira que circundar foi a de Saquarema, largo espelho feito para a lua mirar sua face prateada e o sol olhar envaidecido sua cabeleira dourada. Pela ciclovia fiz o círculo e querendo mais me desviei do manguezal que cerca a laguna e entrei por estradas de chão cumprimentando os caiçaras em suas primeiras atividades do dia.

Passei por Bacaxá com seu comércio intenso nestas festas natalinas e como quem dá uma rápida espiada entre os seios corri para a lagoa de Jacaré-Pia (em tupi, Jacarézinho ou filhote de jacaré). Demorei a chegar nela correndo pelas sendas onde mora o povo que vive do mar. Pensei no bem que nos prestou Guimarães Rosa nos contando da vida das gentes das veredas do grande sertão ao norte de Minas Gerais. Não me lembrei de ter lido nenhuma obra descrevendo literariamente as experiências dos caiçaras fluminenses. Perguntei a uns e outros qual era o caminho, afinal não queria dar uma de Zé Perdido nesta bela terra.

Lá estava a água aprisionada entre os morros e o mar. Pedalei em sua volta mas logo desviei para esquerda e peguei o caminho a beira mar. Fiquei preocupado de ver que uma outra lagoa comprida está quase seca. A estrada acabou e o caminho continuou pelo areal. Era empurrar e empurrar. As casas da praia de Itauna que era uma miragem distante foram se aproximando até que cheguei na última rua. Pronto, foi um pedal bonito e rápido. Cheguei para o almoço.

 

publicado por joseadal às 00:07

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