bikenauta

Julho 31 2012

Não se pode julgar algo ou alguém só por sua presença. Ali está ela (ou ele, depende do gosto) em sua frente, linda e maravilhosa, mas como é ela no íntimo? É facinha? Será difícil de conquistar? Que tortuosos caminhos tem em seu interior? Nunca fui dos que se satisfazem só com a aparência, preciso conhecer a alma. Mas não estou falando de uma linda mulher, estou me referindo a uma magnífica montanha.

A Bocaina é linda de se ver, linda mesmo. Mas sua postura também inspira respeito. Mas não fique imaginando ser ela apenas "aquilo tudo" na sua frente. Mais do que "muita areia pro nosso caminhãozinho" (mas aí, como diz XUXU: sempre tem jeito de fazer duas viagens) ela tem profundida. Depois de se vencer a subida e virar a serra, entra-se em seu interior, o planalto. E ali em cima, com o ar mais leve, a vegetação diversa daqui de baixo, seus riachos, paisagens e mil belezas, ela se mostra em toda sua boniteza e imponência. E a gente dá graças por ter tido coragem e disposição de "chegar junto".

Diferente de certas mulheres a Bocaina diz: vem ni mim, mas não sou facinha!

Domingo, 05/08, nós vamos lá, com a proteção divina.

publicado por joseadal às 12:06

Julho 28 2012

Ao  amigo João Bosco Castro Reis e todos os que amam aventuras do pedal:

Busquei encontra-lo,

tanto tempo não nos víamos!

- Será que Zé Boiolou?

Ainda não, quem não achei foi o belo touro

que sempre me esperava na porteira

da trilha do Carrapato. (foto do JBosco em 2007)

Mas por outro lado encontrei o leiteiro Nilson

percorrendo o mesmo caminho há mais de 10 anos.

(há na roça coisas que não mudam,

que se repetem dia após dia

sem deixar estresse nem desgosto,

são simplesmente a vida que segue)

Fotos no pequeno álbum https://skydrive.live.com/redir?resid=3958A066E635B727!3580

publicado por joseadal às 23:29

Julho 23 2012

As estações mudam indefinidamente ao sabor da dança que
nosso planeta executa em volta do Sol. Elas dão variedade à existência humana.
Tempo quente para um bom banho de mar, piscina ou cachoeira, e o frio para
dormir melhor e pedalar com as mãos insensíveis e frias como gelo. Hoje,
22/07/2012, foi assim. Até que havia um sol alegre quando nos reunimos às 7 h,
mas quando pedalamos a cerração baixou e um frio enregelante nos cercou.

O esforço em pedalar aquece o corpo e chega à epiderme, mas não era páreo para a
friagem que sugava todo calor. Mudando as marchas automaticamente nenhum de nós
oito sentia os dedos.

Chegamos a Pinheiral e subimos na estrada para Vargem
Alegre. Já havia passado uma hora, mas a temperatura continuava baixa.

Entramos no caminho para Pirai e logo subíamos uma serrinha em meio a uma mata fechada
com o frio nos castigando. Só na altura de Varjão, com 30 km de pedalada, o Sol
começou a vencer e levantar o nevoeiro. Passamos pela bela fazenda do
ex-presidente da CBF que, dizem, foi comprada com muito dinheiro recebido de
superfaturamentos em eventos do nosso futebol pentacampeão do mundo.

Quase em Santanézia viramos à esquerda e passamos pelos
sítios repartidos entre os sem-terra vendo as casas de taipa sendo substituídas
por outras de tijolos. Mas plantações são só de subsistência: alguma hortinha, um
trato pequeno de mandioca e uma criação de galinha de quintal. Também, com o
tamanho dos lotes recebidos não dá para fazer nenhuma produção para vender. Só
se formassem uma cooperativa.

- Puxa, Zé, você hoje está falando mais de política do que do passeio ciclístico!

Bom lembrar, foi mesmo um passeio. O ritmo foi bom,
percorremos 85km, mas sem correria. Ainda mais que tínhamos no grupo uma dama,
a colega Cristiane, que pedala mais que muito marmanjo.

Daí, veio a descidona e uma boa corrida até Dorândia, onde almoçamos. Então, quentamos Sol e sem
demorar muito saímos devagar para fazer a digestão.

Algumas subidas e diante da paisagem que mudava de cor com a chegada do fim da tarde chegamos ao asfalto e
a Volta Redonda.

Fomos para casa, felizes de ter passado em revista o belo
mundo que Deus nos deu. Ninguém estava cansado, muito menos o jovem ancião de
68 anos, João Bosco. Nossos corpos estavam desintoxicados da poluição de nossa
cidade e aliviados do estresse do dia a dia. Tudo porque tivemos coragem de sair no frio e com cerração

e, depois, ter a alegria de ver o Sol chegar espanando a friagem e esquentando nossa pele pra valer.

Que venha uma nova semana cheia de trabalho!

 

publicado por joseadal às 00:49

Julho 21 2012

Invariavelmente, durante a vida, vamos tendo pequenas
revelações do futuro. Gente de pouca fé que somos, deixamos passar esses sinais
sem atentar para os avisos que o Pai vai liberando. Pensei nisso lendo o livro
Rebecca. A heroína do romance é ao mesmo tempo a narradora da história. Em
Mônaco, conhece no hotel um homem e conversando fica sabendo que ele é
proprietário de uma mansão: Ela se Manderley. Ela continua contando: “Enquanto comíamos em
silêncio, lembrei-me dum cartão postal que comprara em criança, numa vila em
que com meus pais fomos passar férias. Era um desenho de uma mansão mostrando a
simetria do edifício, a imponência dos largos degraus em frente ao terraço e a
beleza do gramado que se estendia até a praia. Em baixo, à direita, dizia:
Manderley”. Doze anos depois, ela se casa com o dono da propriedade. É mole!

No natal de 1951, quando tinha 7 anos, ao entrarmos na sala
onde ficava a árvore enfeitada e cercada de presente, vi encostada a parede
duas bicicletas brilhando de novas. A minha era verde e a de meu pai preta, da
marca Hércules. Ao me ajudar a leva-la pra rua, ele me disse: Os domingos serão
meus e seus. Vamos pedalar para um monte de lugares, tá bom? Se estava bom? Era
só o que eu queria, sair sozinho com meu pai, como se já fosse homem. E não sei
de onde vinha, mas aquela magrela me parecia uma companheira antiga.

Não deu outra, depois de muitos anos virei um ciclista difícil de aturar.

Então, temos ou não sinais do que vamos passar lá adiante?

publicado por joseadal às 20:56

Julho 18 2012

Uma Ágape é uma festa, mas diferente de uma festividade qualquer
porque nela os participantes tanto se conhecem quanto sentem afeição por cada
um. Então, é um encontro alegre, sem ostentação de condição social ou de estudo,
onde não há rancores, nem ciúmes e muito menos desavenças. O encontro no sítio
de Jaqueline e Nilson foi tudo isso e de tão bom ninguém queria que terminasse.

E os convidados demoraram tanto a chegar! O churrasco já
estava no ponto, os panelões de  arroz
soltinho e canjica feita com leite grosso, quentavam em cima do fogão de lenha 

e os donos do sítio juntos comigo e João que chegáramos na véspera, esperávamos
junto com a cachorrada. No momento certo os carros entraram no pátio cercados
de brincadeiras e sorrisos. Foi um almoço muito bom.

Quando chegamos, na noite anterior, uma lua linda e cheia
inundava a noite de magia e beleza.

Depois de conferir as acomodações, acendemos
o fogão de lenha que fica na varanda e ficamos conversando. Sem televisão e computador
os sentidos ficam mais aguçados, os ruídos no mato em volta e sombras fugidias
que se misturam as trevas da noite, em momentos nos fazem voltar ao homem
primitivo com seus receios e crenças. De repente os cachorros correm latindo e
cercam um abacateiro. De lanterna em punho vamos lá conferir e vemos brilhando,
bem nos galhos mais altos, os olhos de uma gambá.

Durante o dia, a luz espantando os temores, foi bom montar
na bicicleta caseira e ir buscar o pão quentinho na padaria, vendo a neblina
cobrindo os vales em volta da serra da Concórdia. Na mesa do café voltei ao
tempo de criança recolhendo a nata grossa sobre o leite gelado, salpicando sal
e passando no pão ao invés de manteiga. O amigo Nilson sorria vendo a alegria do visitante.

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O churrasco foi uma festa para nossos corações. Não há nada
melhor do que uma boa disposição de espírito que faz o rosto sorrir e desmancha
as tensões. O passeio pelo sítio, com passos calmos, conversando muito e
colhendo uma mixirica aqui outra ali. Os cachorros trançavam entre nossas pernas.

Ah, mas bom mesmo foi buscar os cavalos no pasto,
encilha-los e depois de puxar as crianças receosas e alegres montar e sair
cavalgando pelas colinas que cercam a serra.

 

O amigo Pedrão matou uma saudade de bastante tempo. Estávamos mesmo tentando ficar longe da modernidade.

Os motores dos automóveis esfriavam e a gente se locomovia num ritmo mais lento

ao sabor dos passos dos animais. Era paz e infância nos corações muito vividos.

Era bem próprio para aquele lugar, São Francisco de Assis, Valença, RJ.

De novo a noite, mas dessa vez juntamos lenha e acendemos
uma fogueira para espantar o frio e os temores. Tudo era alegria e risadas.
Voltamos a ser crianças nesse ágape. Jesus disse, Mateus 18:2 e 3, que isto é
muito bom: “E Jesus, chamando um menino, o pôs no meio deles e disse: Em
verdade vos digo que, se não vos converterdes e não vos fizerdes como meninos,
de modo algum entrareis no reino dos céus”.

 

E não foi como estar no céu, aquela festa de amor?!

publicado por joseadal às 11:48
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Julho 15 2012

A manhã começava, neste sábado, 14/07/2012, com o sol
tingindo de dourado as árvores e as casas da tranquila São José do Barreiro. Na
praça da matriz foram surgindo ciclistas desconhecidos vindos de diversas
cidades: Lorena, Dorândia, Resende, Pinheiral e Taubaté. Lembrei-me de uma
passagem de Isaias (43:6) que li com Lili na noite anterior: “Direi ao norte:
Dá; e ao sul: Não retenhas; trazei meus filhos de longe e minhas filhas das
extremidades da terra”. Foi uma bela confraternização com lembranças de
pedaladas feitas ou que se vai fazer nas terras de cada um.

 

Saímos pelas ruas da cidade que acordava para outro dia de
festa da cidade. Mas logo estávamos subindo e subindo um contraforte da serra
da Bocaina. Depois descemos por passagens pouco usadas entre fazendas.


Atravessamos a rodovia dos Tropeiros e corremos por uma estradinha contornando morros
até voltar a rodovia. Era o distrito de Formoso, mas tornamos a passar para o
outro lado da pista e subimos para a Cachoeira da Mata. Entre brincadeiras deixamos
as bikes encostadas na estrada e subimos a pé para o remanso da cachoeira. Com
o frio que anda fazendo nem Zé Molhado se atreveu a mergulhar.

Descemos para o local do lanche providenciado pela
prefeitura que tem feito tudo para estimular o turismo rural no município tão
bem aquinhoado pela Natureza e com o centro e seu casario do final do século 19
muito bem preservado. Mas foi bonito visitar a fazenda da Barra.

Com um sol esforçado espantando o frio nos fartamos de frutas, já eram 13 horas.

Depois corremos pelo asfalto de volta para a cidade onde a música
bombava no palco. Despedidas e debandada dos ciclistas.

Fomos longe pelo prazer de andar de bicicleta. 

publicado por joseadal às 01:20

Julho 08 2012

“Vocês pegaram muito chuva pelo caminho, Pedrão?”

“Tinha muita lama, João Bosco?”

“E as subidas, tiveram de empurrar muito, Alex e Cristina?”

Nossos quatro amigos que fizeram o Caminho da Fé, desde Água da Prata até Aparecida,
escutam essas perguntas com uma expressão de incompreensão nas faces. Dão
um sorriso tímido e respondem na lata: Foi tudo bom demais! (fotos de João Bosco)

Hoje compreendi plenamente esta atitude deles na leitura da Bíblia que faço todos os
dias com Lili. Ela declamava o Salmo 84, A Alegria do Peregrino:

“Como eu amo o teu Templo, ó SENHOR Todo-Poderoso! Como eu gostaria de estar ali!”

Este desejo e vontade é o que faz de um simples mortal um peregrino. Ele tem um objetivo
sempre ligado ao Criador, geralmente buscar um templo de Deus.

Quando estão no caminho não notam as dificuldades que eu e você, na pachorra da nossa casa,
imaginamos, mas longe de passar por elas. Pelo contrário. Estando imbuídos de um espírito
vivificante veem tudo com  boa emoção:

“Felizes são os que caminham para tua casa, sempre cantando louvores a ti! Felizes são
aqueles que de ti recebem forças e que desejam andar pelas estradas que levam
ao Teu santo monte! Quando eles passam pelo Vale das Lágrimas, ele fica cheio de fontes de água e belas matas”.

João Bosco contou que passavam pelo alto dos morros vendo de um lado e outro as plantações
que aqueles que trabalham a terra conseguem vencendo a luta com a Natureza. As
subidas nas quais eu e você entregaríamos os pontos logo na metade eles sobem carregando
os alforjes pesados. Lá do alto as pequenas cidades que os esperam são maquetes de Deus.

- Mas, Zé, eles contaram que no primeiro dia pegaram uma chuva que não parava.

Cobertos com as capas finas que escorriam água fria, o chão de
barro bom para a plantação virando barro que agarrava nos pneus, eles sentiam
como cantou o salmista:   

“As primeiras chuvas nos cobrem de bênçãos”.

Foram seis dias de pedalada por uma região linda e montanhosa. Três varões e uma mulher.
Pensa que estavam muito cansados, ela com as forças esgotada? Não, eles se sentiam assim:

“Enquanto vão indo, a força deles vai aumentando. Escuta a minha oração, ó SENHOR, Deus Todo-Poderoso!”

Cidades e mais cidades desdobravam-se pelo Caminho da Fé. A hospitalidade dos moradores era outro
estímulo para os peregrinos. Eles lhes diziam: antes de ser criado este Caminho de
Fé, quase não víamos visitantes, agora a cada dia chega gente nova cheia de
esperança, boas maneiras e fé.

Estes são um dos muitos testemunhos de prontidão,
exemplo de força e determinação que os peregrinos passam para nós, os que ainda não se determinaram a fazer um empenho por sua espiritualidade.

O salmista termina anunciando feliz: "Ó SENHOR Todo-Poderoso, como são felizes aqueles que confiam em ti!”

publicado por joseadal às 18:44

Julho 01 2012

Ela é majestosa e misteriosa, a serra da Bocaina. Suas
encostas são forjadas em inúmeras vertentes e o homem, incansável conquistador,
rasgou vários caminhos em suas encostas. Neste sábado, 30/06/2012, subimos a
serra para pedalar por algumas dessas trilhas sombreadas.  

Mas a montanha não aceitou resignadamente esta intervenção do minúsculo ser que veio para dominar
e subjugar o planeta. Com forças dinâmicas que a Natureza usa para desmantelar
a ordem das construções humanas os caminhos sobre a serra ficam quase
intransitáveis. Usando o vento, a chuva torrencial, as plantas, o calor do Sol
e a ação dos animais, em especial dos insetos, a serra como que quer sacudir de
seu lombo tudo o que o homem constrói nela. É o Caos lutando com a Ordem. A bicicleta
- híbrido de máquina e de humano, ferragens forjadas e um motor de carne, impulsionado
por uma energia da mente – vence, ultrapassa, todos os efeitos do embate do ser
humano com a montanha.

Saímos de carro quando ainda estava escuro. Correndo pela
antiga estrada dos Tropeiros assistimos a luz empurrar as trevas para o Hades,
a claridade vencendo a escuridão. Chegamos em São José do Barreiro que ainda
dormitava, tiramos as bikes dos carros e fomos para um café repleto de coisas
gostosa, ali mesmo junto a praça. Muita conversa animada de colegas de longa
data que se encontravam depois de algum tempo sem se ver. A expectativa da
aventura, a antecipação do esforço desmedido que teríamos de usar, aumenta a
adrenalina e faz todo mundo agitado e falante.

Logo os 26 ciclistas se põe a subir o caminho bem cuidado que
leva a Bocaina. Os adultos jovens e experientes ciclistas de competição logo
nos deixam para trás. A bela cidade histórica vai ficando cada vez menor a cada
volta que corta os morros. Estes são como cortezões que cercam o soberano em
sua sala do trono. São 27 km até a entrada do Parque Nacional da Bocaina, só os
últimos cinco quilômetros são lá em cima, já no platô.

Um colega que veio do Rio para pedalar com a gente vê no computador da bike que estamos numa inclinação em que se sobe 12 m a cada 100 m
percorridos. Passa a primeira hora e chegamos propriamente ao trono do Senhor
Tectônico. O caminho tem muitas rochas metamórficas (sedimentos comprimidos e
refundidos em rochas novamente) aflorando, o que torna maior o esforço. Além de
estar levando a bike num plano bem inclinado ainda se tem de ultrapassar essas
rochas que sobressaem do leito da estrada.

Começamos a subida às 7:30 e só às 10 h passamos pelo
quilômetro 15. O visual a nossa direita é maravilhoso. O vale do rio Paraíba do
Sul com sua calha engrossada pela barragem do Funil rebrilha com o sol. Do
outro lado, defrontando a Bocaina, a Mantiqueira fecha nossa região, uma das
mais belas e variadas para a prática do trekking e do ciclismo de mountain bike.

 

Nesses 15 km subimos dos 400 m do nível do mar para 1.300 m. A serra é
implacável, não dá planos longos para se recuperar o fôlego. É subir e subir ou
parar para descansar, fotografar, beber água, comer um biscoito ou uma barra de
cereal. Mas no nosso universo de quatro dimensões o Tempo é uma ampulheta em
que cada minuto escorre irrefreável. E há tanta coisa bela pra se ver, como este cogumelo

que parece um doce ou um efeito de desenho animado.

Ultrapassamos a última crista. O céu é de um azul muito
intenso. O ar está frio, seco e puro. Cada célula do corpo do ciclista é, por
fim, alimentada com a mistura certa para a vida. Os gases, Nitrogênio,
Hidrogênio, Oxigênio e outros não carregam partículas (talvez raríssimas)
partículas fabricadas pelo homem e cujos átomos estranhos ao nosso organismo,
apressam o envelhecimento, modificam o DNA e causam cânceres. O ar puro e frio
vai a cada alvéolo dos pulmões e sai carregando impurezas e nos deixando mais limpos.

  

Os guardas  florestais examinam nossos documentos e nos fazem assinar uma declaração de que não vamos
poluir, incendiar ou mexer com a ecologia do parque. E nos perder nem pensar!
Eles querem cumprir seu dia de trabalho burocraticamente e sem necessidade de
sair com o jeep aos solavancos procurando por malucos descuidados. (foto do amigo Fabiano66)

Para entrar, pernoitar em alguma pousada ou atravessar o Parque é preciso telefonar ou
passar email com nome, CPF, Identidade e a intenção da visita. Mas este canto do mundo

merece uma visita, porque é lindo.

Dali do portal do Parque até a pousada Bocaina onde fomos
almoçar foram mais vinte longos quilômetros. Teve muita descida cheia de
obstáculos: pedras soltas, regatos, buracos feitos por animais, valetas e lama.
Ladeiras pelo trajeto eram inevitáveis. Saímos do Portal às 11:30 e só chegamos
na casa perdida no meio do nada às 14:00. Bikes descansavam junto ao varandão
ou encostadas aos bancos de madeira onde almocei com o prato na mão preferindo
o sol que aquentava pouco ao ambiente gelado da sala de refeições. A mata
cercava tudo. Um cachorrinho brincava com os ciclistas esgotados.

(foto de Fabiano66 porque minha máquina caiu comigo dentro de um riacho)

 

Saímos dali às 15 h para descer, mas pensando numa subida
forte de 5 km que ainda teríamos de vencer e preocupados com a noite que
infalivelmente enfrentaríamos. Descer a ladeira interminável, esburacada e
cheia de pedras soltas na escuridão foi uma outra aventura. (entardecer na lente artística de Fabiano66)

As lanternas presas ao guidão jogavam um facho a nossa frente, mas Zédestrambelhado preferiu descer
com muita atenção, instinto de morcego e agradecido com o farto luar que tudo
clareava com a cor da prata. Quando, finalmente, depois de uma curva, já no pé
da serra, demos com as luzes dos postes de rua em Arapeí, gritamos feito doidos,
de alegria e de alívio. A serra, invisível em seu manto de escuridão,
provavelmente, sorria por ter nos dado tantos momentos de perigo e de auto
superação nos tornando Filhos de Deus mais plenos.

publicado por joseadal às 14:28

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