É uma norma, não é uma lei inflexível: Não se sai para pedalar se estiver chovendo.
(essa é a ciclovia que a secretaria de obras de Barra Mansa fez aproveitando uma antiga calçada)
Só estava garoando, então fui pra Quatis. Calculei mal, queria ver a saída da competição do aniversário da cidade, mas quando cheguei já tinham saído.
Mas valeu pedalar sozinho numa manhã de céu mais carregado que úbere de vaca no comecinho da manhã. Porém, pedalar em chão molhado requer muito mais atenção. Nas descidas pelo acostamento da Dutra, uma aquaplanagem podia me levar numa derrapada bem pra debaixo dos caminhões que passavam levantando uma nuvem de água suja. Para passar numa ponte sem acostamento – ainda tem algumas assim no trecho Barra Mansa-Floriano – a subida para o asfalto fica mais perigosa e pode deixar-nos caído no meio da pista. Mas nada disso aconteceu e deu para sonhar e refletir, pensar e até rezar.
Lugares que passamos num dia ensolarado fica completamente diferente nas cores em tons cinzas.
Só, o ciclista conversa consigo mesmo e com seu Criador.
Demorou mais de uma hora o tempo previsto para a chegada dos primeiros concorrentes. Chegaram que era barro puro, com esfolados e com as bicicletas estropiadas, mas cada um sozinho. Tentando vencer aos outros e a si mesmo, o homem usa todos os músculos ao máximo e toda a vontade para dominar o desânimo e o dó de si próprio.
Então, mesmo não sendo o que gosto de fazer, retornei sob chuva fraca por cima das marcas de minha vinda deixadas pelos pneus na pista molhada.