bikenauta

Janeiro 29 2013

Às 5:30 da matina deste domingo ainda estava escuro, caia uma garoa fininha. Mas não tinha jeito, botei o capacete e montei na bike. Chamei a turma para um pedal até São José do Barreiro, e se aparece alguém no local de encontro? E eu que me preparei todo, foquei a cabeça nesse Longo Passeio? Fui.

Lá estava o colega Sidnei esperando. O tempo firmou, o céu clareou e fomos. Íamos fazer um caminho novo pra nós, não por Bananal e Arapeí, mas por Bulhões e Resende. Corremos pela Dutra com vontade de sair logo dessa pista barulhenta que foi feita para veículos movidos a motores, não para nós que usamos só a força de nosso corpo.

A empolgação era tanta que não aceitamos só tomar um café, andamos mais e fomos tomar Ovomaltine em Floriano.

Chega de asfalto que venha a estrada de chão com seus buracos, costelinhas que fazem os dentes chacoalhar, poças de água lamacenta, mas com suas casas de arquitetura antiga e simples, com flores na cerca e ar tranquilo. É isso o que buscamos quando andamos de bicicleta.

Bem que avisaram: o caminho de Resende para Formoso não tem subida, é só girar. Foi uma beleza. Adeus às subidas entre Bananal e São José do Barreiro. Às 11 horas estávamos chegando lá. O céu pesado de nuvens escuras não espantou só nossos colegas, acabou com um passeio ciclístico da cidade. Mas fomos ao almoço: um salmão com creme de leite espetacular.

Por que um pedal tão longo, afinal 150 km é chão? Li hoje um folheto publicado pelo laboratório farmacêutico Aché: “A atividade aeróbica – aquela que usa o consumo de oxigênio no processo de geração de energia dos músculos – melhora a autoestima e o nível de concentração do cérebro, além de deixar os reflexos mais rápidos e a memória mais apurada”. Não é um bom motivo para nos exercitarmos bastante? E tem mais:

“Testes neuropsicológicos e de neuroimagem mostraram que o volume do hipocampo aumentou em 16% nos indivíduos saudáveis, o que foi relacionado à melhora nos testes de memória, de funções cerebrais como o raciocínio lógico”. Tudo isso e ainda se divertindo e relaxando é ótimo. 

 

O livro O Egípcio diz: “A vida humana é como uma ampulheta, a areia se esvai como os acontecimentos que vivemos. Um dia bem vivido contém um volume tão denso de situações, deixa em nossa lembrança uma marca tão profunda que pode parecer mais longo do que um ano de trabalho monótono. É bom, quando na velhice a existência se esvai rumo à monotonia, ter dias assim para lembrar”. Esse Longo Passeio é um desses marcos na vida da gente. 

 

Com o estomago leve voltamos, repetimos o trajeto. E a chuva? Não vimos uma gota. 

publicado por joseadal às 00:27

Janeiro 23 2013

Num tempo que se foi há muito minha mãe me repreendia ao mudar tanto de namoradas: toda mulher é igual, meu filho. Idalina mesma sabia muito bem que era melhor do que todas elas.

Hoje, de par firme com minha 'magrela' continuo gostando muito de pedalar por novos caminhos. Aí vem você, igualzinho a minha mãe e diz:

- Zé, todos os caminhos se parecem, são as mesmas curvas com um barranco ao lado, ou uma estradinha acompanhando um riacho serpenteante, e as mesmas subidas que matam a gente.

Ledo engano. Uma nova trilha enche o peito da gente de alegria e, por que não dizer, tesão. É por essas e outras que vamos até São José do Barreiro passando por Floriano, Quatis, quase chegando ao centro de Resende e subindo à esquerda. Esta parte será inédita para quase todos, quase uma virgem. E então, chegamos a bela cidade duas vezes centenária.

Depois do almoço voltamos por Arapeí e Rialto. Vai ser um mulherzão, ops, uma trilha fantástica.

publicado por joseadal às 11:02

Janeiro 20 2013

O praticante de mountain bike não gosta das estradas planas, como o nome diz preferimos os caminhos de montanha. Assim, neste domingo, 20/01/2013, fomos de carro até Penedo, tiramos as bikes e subimos a serra até 1.300 m de altitude. São mais de 10 km de subida sem refresco. Mas há algumas coisas que ajudam muito nesse esforço. Uma delas é o companheirismo, conversando com um colega vencemos dezenas de metros de altitude sem quase sentir.

Outra é prestar atenção na paisagem, ao invés da inclinação forte a frente; aproveita-se para tirar fotos. Passa-se toda a semana dentro da cidade cercado por uma paisagagem de concreto que diante da natureza pura é preciso aproveitar.

 

Abastecer o cantil com água fresca da serra é outra parada bem vinda. A sede aperta com o esforço físico e se bebe muita água. Cristalina, vindo do meio da mata ela é muito bem vinda.

É uma grande ajuda quando o poderoso sol facilita ficando escondido por trás das nuvens, como no pedal de hoje. O caminhante decido consegue fazer 6 km/h durante algumas horas, numa subida forte isto cai para 4 ou 5km/h. Nosso ritmo de subida com as bikes foi de 10 km/h, assim demoramos 90 min para chegar na virada da serra.

O visual era de conto de fadas: as colinas gramadas, as casinhas esparsas, o rio fazendo curvas a ponte com uma curva suave, uma chaminé soltando uma fumaça tênue.

Dai, são 3 km de descida e chegamos ao arraial de Visconde de Mauá, mas continuamos para Maringá com sua rua central apertada margeada de lojas bonitas e restaurantes com comida deliciosa. Há muita coisa pra se ver e fazer neste lugar.

Ali, não se pode deixar de almoçar uma truta deliciosa com alcaparras acompanhada de salada, arroz e batatas sautê. Uma delícia! Uma pinga da região tomada aos goles, deixando-a descansar sobre a língua e sentindo a aveludada bebida impressionar as papilas gustativas e depois descer aquecendo o estômago dá o maior prazer.

Precisa voltar a Resende para ver um cunhado acamado e segui sozinho. Atento a coisas que não havia reparado na ida: a corredeira do riacho entre as pedras, a chuvarada que caiu de repente e me acompanhou por 10 min, o vapor subindo do asfalto e enevolando no ar.

Foi um lindo passeio num dia de verão fresco e que nos fez sentir frio no alto da serra. Será um efeito do aquecimento global, se ficar desse jeito é até bem vindo.   

publicado por joseadal às 22:21

Janeiro 14 2013

Ontem, antes de pedalar, aferi minha pressão sanguínea, estava 18/9. Tomei meu remédio e fui pedalar.

Quando cheguei no ponto de encontro só vi o Beto Souza. Tempo bem encoberto, parecendo que ia arriar água, mais ninguém apareceu. Bem, na saída chegaram dois garotos falando que iam participar de um treino do Audax que não houve e pediram para nos acompanhar. Não passaram de Pinheiral, insistimos para eles voltarem.

Logo depois do túnel 21, que evitamos passando por cima, no começo da rodovia do Contorno encontramos Bispo e dois amigos fazendo um treino na rodovia. Nilsinho estava com ele, mas queria ir para o Clube de Pesca de Piraí. Seguiu a gente. Comentando com ele o caso da pressão alta me deu o parecer de que pedalando ela podia chegar a 22, aí eu estava lascado. Tocamos para Arrozal. Lá estava Jorginho e Rogério Tatu. Enquanto tomavam café fui ao posto de saúde medir a pressão, estava 15/8. Ótimo, eu estava no meio de uma prova de esforço.

O fármoco que eu tomo, receitado pelo meu cardiologista, é Torlós H, a bula diz: “Seu efeito é relacionado diretamente ao bloqueio do receptor AT1, que ‘é uma proteína componente da membrana celular. Quando se liga quimicamente à angiotensina II provoca uma série de reações celulares. A angiotensina II causa vasocontrição e vai para os rins via corrente sangüínea, onde, estimulará a reasorção de Sódio e água aumentando assim a volemia, e, conseqüentemente a pressão’”.

Fisiologia, o estudo do funcionamento do corpo humano é uma ciência que demanda um longo estudo, e eu sou um neófito. Mas o que compreendo é que meu organismo anda produzindo muito o tal peptídio, (uma enzima) Angiotensina II. Ela chega as células e pelo receptor AT1 dá a ordem maluca: segura toda a água e sal que puder. Aumenta o volume do sangue e o coração tem que fazer mais força. Daí, tem de se jogar a água e o sal fora. Concórda? Então, fui pedalar e deu certo. Mas no final da volta de 80 km, nas subidas da Dutra entre Piraí e Arrozal, penei.

Ah, entãi o passeio ficou assim: Nilsinho voltou de Fazenda da Grama, eu e Beto voltamos de Passa Três e só os ciclistas voadores, Jorginho e Rogério, conseguiram ver os barcos no Clube de Pesca.

publicado por joseadal às 11:00

Janeiro 09 2013

Em toda parte se vê ciclistas saindo das cidades para pedalar. Procuram caminhos antigos ainda mantidos como estradas de chão. Neste domingo, 06/01/2013, um grupo com mais de 20 bikeres saíram pedalando para Conservatória. Não seguiam o asfalto, território dos carros e seus motores de aço, não, nossas trilhas são as mesma que os antigos tropeiros palmilhavam com suas tropas de burro e os vaqueiros tangiam boiadas. Cercas margeiam esses caminhos e o capim verde é um tapete por onde o gado pasta mansamente. Quando passamos correndo em alvoroço eles param e voltando as pesadas cabeças olham para nós.

 

Aqui o tempo passa lento e se vê marcos que não mudam. Perto de São José do Turvo uma preta velha transformou uma capela de beira de estrada em sua moradia. Passo por aqui há nove anos e lá estava ela ainda varrendo o terreiro com sua vassoura de galho de mato.

 

O sol ainda esquentava mais, porém o pessoal parou na cachoeira para se refrescar. Era um passeio, ninguém estava tentando chegar primeiro. Com muitas paradas para fotos subimos a Juréia até as pernas não terem mais forças. Lá em cima pegamos o asfalto e a bela descida para a cidade da Seresta. E o almoço.

O sol a pino levantava vapor da terra e enquanto a maioria giboiava toquei a andar fazendo a digestão em cima da magrela. O alimento é essencial e as forças voltaram. Logo estava todo mundo correndo para casa.

O ano era novo em folha, mal começava, mas os caminhos são os mesmos que passamos tantas vezes. Mas nada se repete. São novos colegas, a disposição física que se renova e os quadros da vida, o cinema que é sempre inventivo.

publicado por joseadal às 21:16

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