Em toda parte se vê ciclistas saindo das cidades para pedalar. Procuram caminhos antigos ainda mantidos como estradas de chão. Neste domingo, 06/01/2013, um grupo com mais de 20 bikeres saíram pedalando para Conservatória. Não seguiam o asfalto, território dos carros e seus motores de aço, não, nossas trilhas são as mesma que os antigos tropeiros palmilhavam com suas tropas de burro e os vaqueiros tangiam boiadas. Cercas margeiam esses caminhos e o capim verde é um tapete por onde o gado pasta mansamente. Quando passamos correndo em alvoroço eles param e voltando as pesadas cabeças olham para nós.
Aqui o tempo passa lento e se vê marcos que não mudam. Perto de São José do Turvo uma preta velha transformou uma capela de beira de estrada em sua moradia. Passo por aqui há nove anos e lá estava ela ainda varrendo o terreiro com sua vassoura de galho de mato.
O sol ainda esquentava mais, porém o pessoal parou na cachoeira para se refrescar. Era um passeio, ninguém estava tentando chegar primeiro. Com muitas paradas para fotos subimos a Juréia até as pernas não terem mais forças. Lá em cima pegamos o asfalto e a bela descida para a cidade da Seresta. E o almoço.
O sol a pino levantava vapor da terra e enquanto a maioria giboiava toquei a andar fazendo a digestão em cima da magrela. O alimento é essencial e as forças voltaram. Logo estava todo mundo correndo para casa.
O ano era novo em folha, mal começava, mas os caminhos são os mesmos que passamos tantas vezes. Mas nada se repete. São novos colegas, a disposição física que se renova e os quadros da vida, o cinema que é sempre inventivo.