bikenauta

Junho 23 2013

Creio que isso é normal, essa vontade de desafiar as forças da natureza. Quando começamos a pedalar hoje, 23/06/2013, uma garoa começou a cair molhando nossos braços e toldando os óculos. Pedi a Deus que nos dessa a graça de segurar a chuva, permitindo-nos seguir a trilha planejada onde veríamos Suas belas obras. Quando atravessamos à Dutra o tempo estava firme, frio é ótimo para pedalar.

Descemos a Melequinha, entramos em Arrozal e demoramos ali só o tempo necessário pra tomar um café.

Deixando o distrito entramos na estrada Velha Piraí-Arrozal e subimos e descemos os morros que pareciam enormes obstáculos a dar mais gosto ao nosso pedal.

A última descida, longo e cheia de curvas é sempre um momento agradável desta trilha. Entramos à direita e tocamos para a Fazenda da Grama e sem parar rodeamos pela estrada de Passa 3, deixamos Getulândia para trás e passando pelo Roma corremos para Volta Redonda.

Pedalar nos permite colocar os assuntos em dia e dessa vez ouvi comentários sobre as manifestações de protesto. O colega Fabiano que é petista confessou seu temor de que as ações dos baderneiros seja interpretada pelo povo como ação ou consentimento do governo petista e isso influencie as próximas eleições. Já o amigo Marcus, fã de carteirinha de Fernando Henrique, entende que as manifestações sejam um clamor do povo contra a corrupção no governo petista.

Mas do mesmo jeito que o tempo instável resultou em um dia delicioso para pedalar, essa demonstração popular de que a maioria ainda é pelo bem e pela boa moral vai determinar bons tempos pela frente.

publicado por joseadal às 19:08

Junho 21 2013

As pistas próprias para os veículos a motor são, de alguma forma, outra maneira de condicionar as pessoas. Assim, passam sempre pelos mesmos cenários, não tem nada de novo pra ver, que lhe impressione os olhos e lhe faça pensar. Mas, escondidos dos sentidos embotados, existem caminhos pouco trafegados e em que o imponderável anda solto. (de outra vez, uma árvore caída nos obrigou a varar os galhos, Dunga saíndo do mato)

É o que acontece na estrada Velha Pirai-Arrozal. Paralela a Dutra por onde tantas vezes você trafegou, neste caminho, tudo pode acontecer. Não é muito extenso, já que foi feito para o tempo em que se andava a cavalo ou em carroça. Mas tem fortes subidas e descidas em que o vento massageia nosso rosto. (Pedrão deixando tudo mundo pra trás)

Antes de sair na Dutra vamos entrar à direita e seguir para a Fazenda da Grama. O caminho vai virar uma trilha e, depois de uma velha cancela, tornar-se-á um trilho estreito e acidentado. Logo a frente, depois de uma subida boa, volta a ser o caminho da roça. No bonito vilarejo a gente se refresca no bar da Cascata. Então, para finalizar pegamos um asfalto com pouco tráfego, passamos por Getulândia e corremos pelo estreito asfalto do Roma.

(Zé deixou a bicicleta em algum lugar e seguiu de charrete)

Teremos dois pontos de lanche: Arrozal e Fazenda da Grama. Mas não comam muito, pois esse pedal é curto e vamos almoçar em casa. Saimos do Aero às 7:30 deste domingo, 23/06/2013.  

publicado por joseadal às 12:56

Junho 18 2013

Por este Brasil a fora há lugares cheios de magia. Um pedaço de terra numa encosta, uma praia entre mangues ou um trecho de vale a beira de um córrego. Ali os homens se fixaram e agregaram histórias e construções, moldando uma cultura. Em cima da bike já visitamos vários desses locais, e agora vamos a outro. Estamos ansiosos para montar de um salto no selim e tocar a pedalar. Dessa vez vamos andar nas ladeiras de Ouro preto e Mariana, tirar um tempo para entrar numa velha mina ou visitar com o capacete na mão uma linda igreja do tempo da cata do ouro.

(esta foto bonita é meramente ilustrativa, com a bike rodando os pneus por estas pedras o visual será dez vezes mais lindo)

Na noite de 16/07/2013 vamos nos reunir na rodoviária de Volta Redonda e pegar um ônibus para Conselheiro Lafaiete, a passagem custa R$59. Ao clarear do dia já estaremos ao pé das serras mineiras e vamos pedalar passando por Ouro Branco, subindo a serra e vendo ao meio do dia o casario antigo e lindo de Ouro Preto. Depois de passear por suas ladeiras vamos procurar descanso no Pouso do Viajante, pernoite a R$40.

(esta foto da rota não é meramente ilustrativa, vamos subir por esses picos todos, o mais alto, pouco antes de O. Preto, vai nos levar a 1.336m)

Na quinta-feira saímos cedo, mas só depois de forrar o estomago com um bom café mineiro, e entramos em Mariana. Enchendo os olhos de belezas e cores até ficar saciados poderemos seguir adiante, pois nosso destino é o Santuário de Caraça. Chegamos lá logo após o almoço e vamos abarrotar nossos corações e mentes com a paz, a fé e o transbordante Espírito Santo que cerca tudo ali.

(as esposas podem ficar descansadas, a moça na foto é completamente ilustrativa, mas o colégio-igreja-santuário é completamente real)

Ao entardecer vamos encarar o sol poente e voltar ao nosso Pouso. Na 6ª feira entramos de novo em Ouro Preto e depois descemos a serra para pegar o ônibus de volta. Sobre as duas rodas de nossas magrelas teremos visto mais um pedacinho lindo do mundo e da história do nosso povo.

publicado por joseadal às 19:10

Junho 16 2013

O pedal deste domingo, 16/06/2013, foi marcado pela presença de bons amigos que não pedalavam com a gente há um bom tempo.

Fez-me lembrar do samba, A Volta do Boêmio.

- Não me diga que você vai cantar essa música tão manjada, Zé?!

A letra parece simples, mas se ouvir com o coração aparece muito mais coisas.

Imagine um bar com pouca luz, uma roda de samba, dois no violão, um no pandeiro e outro levando um samba e marcando na caixa de fósforo. Mulheres em volta movendo o corpo ao ritmo gostoso. De repente, alguém se levanta, aponta e porta e exclama pra todo mundo ouvir: Ele voltou, o Boêmio voltou novamente... A música para e todos se voltam para quem chega.

O Boêmio é o tipo que qualquer um de nós gostaria de ser. Aquele que por onde passa faz amigos. A pessoa que mesmo distante é lembrada e comentam: - Lembra daquela vez que o Boêmio levou a gente naquele alto, uma subida do caramba... – Pô, cara, tive de dizer: ô Boêmio fdap! – Mas que foi bom, foi. E o boêmio, como deve se sentir vendo o sorriso aberto nos rostos alegres ao vê-lo chegar. O Boêmio não tem “o rei na barriga”. Breque!

Breque era uma interrupção nos antigos sambas, quem é de agora nunca ouviu. Moreira da Silva usava essa parada em quase todas as suas músicas. Breque!

Com o rei na barriga” é uma expressão portuguesa que significa: orgulhoso, soberbo, de nariz empinado. Porém, essa expressão é um típico caso de afirmação negativa. Ela não quer dizer: fulano é soberbo porque tem “o rei na barriga”, não. Ela quer dizer: fulano é soberbo porque Não Tem “o rei na barriga”. É que esta expressão está se referindo a Nossa Senhora. Ela, quando estava com “o rei de todos os reis na barriga” era o exemplo da simplicidade e da preocupação com todo mundo. Beijo a mão de Nossa Senhora.

Mas voltando ao Boêmio, ele vê todos os amigos sorrindo para si e pensa: graças a Deus que me deu o dom de juntar tantos amigos. Assim deve ter sentido o amigo Fabiano hoje, sendo recebido por nós. E assim vai sentir Dunga e João Bosco quando aparecerem no ponto de encontro para pedalar de novo com a gente: Ele voltou...!   

publicado por joseadal às 19:10

Junho 14 2013

Neste domingo, 16/06/2013, vamos fazer um pedal para iniciantes. Me explico, vamos andar de bicicleta por 50 km para estar em casa na hora do almoço. No itinerário será: Pinheiral, caminho de Piraí, Varjão, estrada do Chico Ilhéus, estrada velha Piraí, Arrozal, trilha da Melequinha e de volta a mesa do almoço com a família.

(MP e JBosco na primeira vez que fizemos esse caminho, em 08/09/2009)

- Zé, já fizemos esta volta não sei quantas vezes!

Será um pedal cheio de novidades para os que só agora acordaram para a beleza do ciclismo de mountain bike. Mas não se engane, mesmo você que já passou por esses caminhos, se mantiver os olhos de sua alma abertos, descobrirá novos e belos presentes que a criação sempre mutável de nosso Deus espalhou pelo caminho.

(isto aí, eu vi fazendo esse caminho em 19/01/2010, mas com certeza isso você não vai ver, não é época)

Vamos sair do AeroClube às 7:30 h e contamos ter o previlégio de levá-lo a ver a Criação do Pai.

publicado por joseadal às 01:07

Junho 11 2013

Ficar em casa é um grande programa. Ela nos proporciona conforto e segurança. Porém, pode-se sair dela e se aventurar por lugares ainda bem naturais e contar com ajuda de nossos irmãos humanos. Foi o que fizemos ontem, 09/06/2013, no passeio ciclístico a uma beleza natural, o Boqueirão.

(foto do amigo Guedes diante deste corte na rocha feito por tremendas forças tectônicas)

Cercado o tempo todo pelas consecuções humanas, no trabalho, na residência, na diversão, a pessoa perde de vista seu planeta. Sim, vendo só as obras humanas esquecemos que somos parte de um projeto espetacular.

Quando atravessamos a fronteira natural, passando do estado do Rio de Janeiro para o de Minas Gerais pela estreita ponte de arcos, sentimos de imediato a força da serrania mineira.

Para subir a serra da Mantiqueira seguimos por um lindo vale. Vindo do alto da serra um riacho esculpiu, no decorrer de milhares de anos, os altos morros. Tirando aos poucos quantidade imensa de sedimentos ele abriu o vale que leva seu nome, Pirapetinga. Tendo como designação o nome de um dos peixes que nadam em suas águas cristalinas, o riacho preparou um acesso natural ao alto da serra.  Os morros foram esculpidos com inclinações suaves o que facilitou aos antigos viajantes abrirem uma trilha pelos seus flancos.

Coisa admirável é a fixação de famílias nesses sertões. O grupo cansado e com fome bateu numa casa e os moradores nos ofereceram duas bolsas com bananas maduras. Foi uma festa. Para enfrentar os desafios da Natureza Deus plantou no coração dos homens o desejo de se espalhar e se fixar em lugares lindos e improváveis. Ali eles oferecem aos viajantes o abrigo, o apoio e a hospitalidade na dificuldade.

Assim, não tenha medo de abandonar o conforto de sua casa para conhecer as belezas naturais, elas são cercadas pela afeição dos filhos de Deus.    

publicado por joseadal às 01:34

Junho 02 2013

O Rio de Janeiro continua lindo!

São as cores e as formas com que a Natureza moldou o altiplano deixado pela separação da África há milênios. Mas é também o povo que vai para as ruas se exercitar e festejar a boniteza de sua terra. E nós, quatro caipiras de Volta Redonda fomos desfrutar daquelas benesses tipo, ‘vou invadir sua praia’.

Os carros ficaram perto do Santos Dumont e tocamos pela orla. Primeiro serpenteamos pelo formidável Aterro do Flamengo, desde a Glória até a Urca, passando pela enseada de Botafogo tendo ao fundo o Pão de Açúcar. Não dava para correr, a pista fervilhava de famílias, crianças, cachorros, além de centenas de bicicletas alugadas e próprias, skates e patinadores.

   

Depois da Urca atravessamos o túnel e... felicidade!, Copacabana. Fomos pela ciclovia com muito mais cuidado porque além de todo o pessoal mencionado antes havia a turma da praia atravessando a pista a toda hora. (foto gentilmente 'tomada na mão grande' do meu amigo Daniel Lessa)

Com o mar batendo a nossa esquerda avançamos para o Leblon. Lindo as enormes formações de granito dos morros Dois Irmãos, da Pedra da Gávea e do... não sei o nome, indicando para onde devíamos pedalar.

E depois de um trecho estrangulado pelo mar e pela serrania em que os carros e ônibus passam raspando nas bikes descemos para o Arpoador. Mas não fôramos...

- Zé que palavra mais horroza pra você usar.

Isto é uma forma mais-que-perfeita, tá sabendo?

ao Rio pegar uma praia, a gente queria subir as tremendas formações rochosas e entrar na floresta da Tijuca.

Então, pegamos a estrada das Canoas, só subindo. O amigo Daniel Lessa, ciclista neófito, a certa altura teve de perguntar: falta muito?, e a melhor resposta que lhe pudemos dar foi: já estamos na metade do início da subida. Não é uma subida tranquila. Lá no alto dezenas de pessoas se jogavam ao abismo em asas delta e parapentes. Então a estrada antiga e estreita tem um tráfego muito intenso. Os carros de apoio que vão pegar os fardos sobem e descem sem parar. É disputadíssimos. Cada pessoa que quiser pular paga R$300, e o tempo não para. O dia claro não é eterno como a Pedra Bonita.

Ah, esse é o nome do terceiro morro que tinha esquecido, Pedra Bonita. Ficamos no meio da muvuca que é aquilo lá em cima. Os turistas que querem chegar a rampa de carro esperam quase uma hora na fila para subir em primeiríssima e 'de cum força'. Nossas bikes, livres de espera, subiram e desceram sem perder tempo.

E então, depois de uma descidona, estávamos no meio da floresta plantada pelo homem no lugar de cafezais. A regeneração da Natureza nos impressiona. Mas tínhamos pedido o pacote completo e ainda faltava muito pra ver. E sobe que sobe até a pequena descida até a Mesa do Imperador e a Vista Chinesa. Nos caminhos dentro da floresta quase não trafegam carros, mas ciclistas e caminhantes é de montão. Mulheres pedalando, belas cariocas, eram a maioria. (não estou falando mal não, mas essa turma tirou mais fotos do que pedalou)

Michel e Rogério, jovens ciclistas deixavam para trás até praticantes do ciclismo speed, mas nós, o velho e o iniciante, forcejávamos para vencer as subidas. O novo colega, os músculos de pedalar ainda não tão bem trabalhados, começou a ter câimbras. Que vale que era só descida até a entrada da floresta, no Alto da Tijuca. Devoramos uns pastéis e tornamos a andar na interminável subida das Paineiras. O colega abriu o bico com dores nas duas pernas e voltou. Era só descida dali até a praça Sans Peña, na Tijuca. Fui atrás dos dois jovens. Lá em cima o caminho eternamente sombreado está sempre úmido, tendo barrancos cobertos de plantas à esquerda e a vista linda da lagoa Rodrigo de Freitas à direita, lá embixo.

E eis que surge a meta de nosso passeio, e porque não dizer de nossa vida, o Cristo Redentor. A subida do ponto das vans até a estátua não é muito grande, mas as pessoas acostumadas a vida sedentária de ficar na frente da TV preferiam ficar uma hora numa fila interminável esperando uma vaga na van a subir andando. Quando, forcejando nos pedais, subia com a vontade de finalizar a missão e passava por crianças subindo com os pais gritava: muito bem menino! Os dois colegas jovens já estavam lá e vigiaram minha bike enquanto subia para ver o Cristo de perto.

Foi como um prévia para o fim da trilha maior que estou seguindo, a da vida e de ver o Cristo pessoalmente, quem sabe de pertinho. 

publicado por joseadal às 14:26

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