“Toda a humanidade é como a relva e como as flores do campo que murcham e caem; o povo não passa de relva”. Palavras de um homem que foi um dos grandes profetas da humanidade, Isaias (40:6-8).
Quando se anda numa senda raramente nos lembramos de que por ela passaram muitas e muitas pessoas. Mas quando trilhamos a Estrada Real não se pode ignorar que gente, como eu e você, passou por ali cheio de vida e que agora é pó, é parte da terra em que pisamos.
É admirável que governos que não cuidam de que o atendimento seja digno num hospital, tenham colocado marcos em todo trajeto desse caminho do tempo do ouro. A intervalos de poucos quilômetros passamos pelos totens que contém o mapa e a localização de onde estamos no longo trajeto. Só a estrada Velha tem 630 km.
Quando fomos pedalar pelas terras das Gerais, passando por Ouro Preto e Mariana, cruzamos várias vezes por esta vereda aberta por homens e mulheres que não existem mais. É duro escrever isto, já que cremos que essas inteligências ainda estão vivas. Em alguns trechos as modernas rodovias cobriram o rastro deixado pelos antigos tropeiros. Em outros ela continua exatamente como eles a utilisaram carregando mercadorias e pedras preciosas.
E outros, pela pouca frequência de uso, tornaram-se apenas um trilho num pasto. Mas o poste indicativo ali está balizando e nos lembrando que a vida é eterna, mas a individualidade é passageira.