bikenauta

Agosto 24 2013

No pedal de hoje fomos eu e MP e rodamos por pouco tempo ao lado de intenso tráfego. Dez minutos e ultrapassávamos o portal da cidade e, logo adiante, saímos do asfalto e entramos no caminho do Peixe, em estrada de chão.

Apesar de ter participado de uma reunião onde se falou muito do valor do silêncio, hoje estava com o falador ligado no máximo. Subimos duas ladeiras fortes sem perceber e corremos com atenção nas descidas coalhadas de pedras. Íamos em direção à fazenda Santana do Turvo, mas no meio do caminho desviamos para direita e entramos na trilha do Manilhão.

Como é bom um caminho novo, um que ainda não havíamos percorrido. Serpenteando pelas encostas rodeávamos o mar de morros que é a geologia natural de nossa região.

Tudo bem até se chegar num vale cercado de morros. De longe dava pra ver dois cortes de antigas estradas, um saindo do vale por um morro, outro por outro, mas o mato parecia ter tomado tudo. Porém, quando escolhemos um deles vimos que um trilho era mantido bem batido e lá fomos empurrando a bike.

Lá no alto, numa matinha, os dois se encontram e tocamos pra diante, sempre descendo.

Então, chegamos a um trecho em que o trilho passa por regos fundos na beira do precipício e a adrenalina vai lá no alto. Ali, encontramos restos de manilhas, daí o nome que os imaginativos ciclistas deram a trilha.

Vencemos um pedacinho alagado, molhando os pés dentro das meias, e adiante tocamos a subir. Foi aí, que não mais que de repente demos com a fazenda Santana do Turvo.

Com a volta todo pedal deu quatro horas. O caminho está perto da cidade, mas nele tudo é tão antigo! São caminhos onde não passam carros e nos sentimos nos tempos antigos, dos cavaleiros e tropeiros.  

publicado por joseadal às 23:25

Agosto 24 2013

Sabe, ler vários livros tende a embaralhar as ideias, ou ver mais longe. Quem sabe? Um amigo me deu um folheto, A Transformação Interior, onde em cada parágrafo encontrei um pensamento que concordo: “Só os insensíveis e egoístas, estão contentes com o mundo tal como ele é atualmente”. Às vezes penso que eu estou errado e todo o resto é que está certo, mas ali diz que tem muita gente pensando igual a mim. Mas não sou - nem você é - um escolhido, temos de dar duro: “É necessário praticar reflexões e meditações diariamente. Transformar nossos pensamentos exige paciência e perseverança para intensificar os esforços quando os resultados não forem aparentes”. Dias estamos nos sentido cidadãos de primeira linha, merecendo louvor, e noutros somos uma bosta. Isto me lembra o que li na revista Bicicleta nº 31, o plano de Antônio Olinto de pedalar no norte da Índia, em Ladakh: “É conhecida como pequeno Tibete.

Nela estão as estradas mais altas do mundo, pois é um platô a 5.600 metros. Chegar até lá de bicicleta não é uma tarefa a ser subestimada. Acredito que devemos ser humildes e lembrar que o segredo de vencer uma grande montanha é a lentidão e perseverança. No Brasil não temos essas altitudes, mas a Bocaina ou a Mantiqueira nos provê subidas bem íngremes”.

Sou um aficionado pelas subidas e serras. Nelas se aprende que a vida não é diversão, é esforço. Mas também não é uma guerra. Uma subida ou os desafios familiares e profissionais são para ser enfrentados como se estivéssemos em cima da bike, pedal e pedal. Toda a força focada num ponto. A energia da mente descendo pelo tronco, passando pela genitália – Freud disse que não se pode deixar o sexo de fora, nunca – descendo pelas pernas e descarregando pelos pés sobre o pedal. Mas o resultado, ver-se tudo lá do alto, é maravilhoso! (foto do amigo Edinho)

Por isso te convido para subir a Bocaina, em Silveiras, com muito esforço. Saímos de 617 metros para 1.917 metros, em 30 km. Vamos visitar a nascente do rio Paraíba do Sul. Saimos no sábado, 7 de setembro, às 6 horas. A van vai nos levar e trazer, e as nossas bikes, por R$45. Pedimos que o dinheiro seja entregue na gráfica até dia 05. Quem quiser pode ir no carro próprio nos acompanhando.        

publicado por joseadal às 00:12

Agosto 19 2013

Um caminho que se encurva e some, para onde levará?

Desde 120 mil anos, quando hominídeos começaram sua marcha do que é hoje África para a atual Europa, que esses seres pensantes são impulsionados a conhecer novas terras e lugares. E, por uma dessas estradas, fomos ao Boqueirão, em canto longínquo de Santa Rita de Jacutinga.

Um belo grupo saiu de van nesta manhã gelada, 18/08/2013, para as terras de Minas Gerais. Não foi um pedal longo, rodamos só 35 km, mas as dificuldades do terreno e a maravilhosa criação da Natureza que é o Boqueirão cumpriu toda expectativa.

A partir de Cruzeiro de Minas tivemos a animada companhia do guia turístico Robinho, que incansável, mesmo a pé, ou a patas, estava sempre adiante de nós nos indicando o caminho.

É uma região de águas límpidas que se despejam em cascatas e correm por meandros em meio a pastos e matas.

Não tivemos a presença do grande cavaleiro Sol que não deu as caras e o céu cinzento não providenciou aquele colorido bonito a nossas fotos.

Mas rodamos até um grotão fantástico e voltamos sabendo que adiante novas veredas se abriam por este vasto mundo.

publicado por joseadal às 00:36

Agosto 17 2013

Viver mais de meio século, 70 anos, é uma permissão. Talvez tenha até um propósito.

Mas o fato é que o organismo trabalhando com afinco por tanto tempo sofre sérios desgastes. Sobrevivendo em meio a crescente poluição, sendo bombardeado por mutantes neutrinos anos após anos, o homem idoso vive numa corda bamba. Nesta foto esses quatro indivíduos tem, juntos, quase 300 anos de vida.

Vimos surgirem os automóveis e se aperfeiçoarem em mil modelos diferentes, andamos de bonde e de avião, aprendemos datilografia e, agora, lidamos com a internet em nossos telefones. E assistimos a um desfilar terrível de violência que nunca termina. Dos quatro só um ainda não teve problemas cardíacos. Mas praticando o ciclismo de mountain bike somos bem vigorosos.

Hoje fomos até a fazenda Santana do Turvo. O casarão está de pé há bons 150 anos. Com cuidados e manutenção o prédio ao estilo neocolonial causa um impacto profundo na alma da gente depois que atravessamos o largo portão, passamos junto ao lago e andamos sob o sombreado das mangueiras.

Sobre um outeiro ele se impõe como um senhor respeitoso e entrado em anos. Como nós quatro que ao darmos a volta em sua colossal edificação paramos diante dos degraus de entrada.

E como a velha casa sonhoril, também nós nos sentimos senhores do tempo.    

publicado por joseadal às 19:49

mais sobre mim
Agosto 2013
Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1
2
3

4
5
6
7
8
9
10

11
12
13
14
15
16

18
20
21
22
23

25
26
27
28
29
30
31


pesquisar
 
Tags

todas as tags

subscrever feeds
blogs SAPO