No pedal de hoje fomos eu e MP e rodamos por pouco tempo ao lado de intenso tráfego. Dez minutos e ultrapassávamos o portal da cidade e, logo adiante, saímos do asfalto e entramos no caminho do Peixe, em estrada de chão.
Apesar de ter participado de uma reunião onde se falou muito do valor do silêncio, hoje estava com o falador ligado no máximo. Subimos duas ladeiras fortes sem perceber e corremos com atenção nas descidas coalhadas de pedras. Íamos em direção à fazenda Santana do Turvo, mas no meio do caminho desviamos para direita e entramos na trilha do Manilhão.
Como é bom um caminho novo, um que ainda não havíamos percorrido. Serpenteando pelas encostas rodeávamos o mar de morros que é a geologia natural de nossa região.
Tudo bem até se chegar num vale cercado de morros. De longe dava pra ver dois cortes de antigas estradas, um saindo do vale por um morro, outro por outro, mas o mato parecia ter tomado tudo. Porém, quando escolhemos um deles vimos que um trilho era mantido bem batido e lá fomos empurrando a bike.
Lá no alto, numa matinha, os dois se encontram e tocamos pra diante, sempre descendo.
Então, chegamos a um trecho em que o trilho passa por regos fundos na beira do precipício e a adrenalina vai lá no alto. Ali, encontramos restos de manilhas, daí o nome que os imaginativos ciclistas deram a trilha.
Vencemos um pedacinho alagado, molhando os pés dentro das meias, e adiante tocamos a subir. Foi aí, que não mais que de repente demos com a fazenda Santana do Turvo.
Com a volta todo pedal deu quatro horas. O caminho está perto da cidade, mas nele tudo é tão antigo! São caminhos onde não passam carros e nos sentimos nos tempos antigos, dos cavaleiros e tropeiros.