bikenauta

Agosto 30 2014

Que pedal bonito o de hoje, sábado, 30/08/2014!

Mas antes de falar dele, permita-me um comentário. Duas situações nos causam angústia: começar um projeto novo, desconhecido; e tocar um plano sozinho, sem um amigo que ampare. Essa emoção causa um aperto no coração e envolve vários medos: de se perder, de perder algo valioso, de sofrer algum ferimento ou ser machucado, de morrer ou ser morto. Angústia foi o que senti quando comecei a pedalar sozinho, em Piraí, às 6 horas.

Foram 5 km de asfalto em direção a Barra do Piraí, então dobrei a direita numa estrada de chão para o hotel Saint Robert. Uma subida bem forte, mas com a amanhã gelada e sem sol e já conhecendo o caminho os temores se desmancharam.

Logo adiante o caminho se bifurca. À esquerda já havia passado para Morsing, mas à direita era o desconhecido. Fiquei sabendo que o trajeto era dificílimo e com facilidade de se perder. O aperto voltou enquanto com a bicicleta mais leve corria pelo platô da serra das Araras.

Então, começou a descidona, longa, com buracos e pedras, toda dentro da mata Atlântica. Arapongas estalavam seu canto, pica-paus martelavam as árvores e dezenas de pios diferentes enchiam a floresta. Só descendo.

Aí apareceu numa nesga os vales lá embaixo. Com freio a disco desci segurando a bike, primeiro por medo de um tombo longe de qualquer socorro e sozinho e segundo, para curtir a natureza em um pedacinho quase intocado da mata.

Mas não há bem que sempre dure e dei de cara com uma estradinha, Saudoso-Paracambi. Em terreno plano segui à esquerda para a primeira cidade da Baixada. Comprei e segui comendo bananas maduras em direção a Dutra.

Mas fui não pelo asfalto e sim pelo caminho para Ponte Coberta, no pé da subida da serra. No começo os carros e caminhões passavam voando por mim, às vezes até invadindo o acostamento. Mas logo a pista de subida começou a ser usada também para descida. Então ficou fácil acompanhar a fileira de carros.

 

Lá no alto, eram 11:30, depois da polícia rodoviária entrei à direita em Caiçara para fugir da Dutra. Depois de um belo lago rodei subindo e descendo quase sempre margeando as águas da represa da Light.

 

Numa trifurcação peguei a direção errada, ms foi legal porque me vi por cima da Dutra onde havia passado a pouco.

Aí foi apreciar as matas e os lagos, o coração alegre de ver tanta beleza e por ter vencido tantos perigos sem nada me acontecer.

O ônibus demorou a chegar por causa da subida com uma só mão, mas já estou em casa de banho tomado e com meu pijama quentinho.     

publicado por joseadal às 22:59

Agosto 18 2014

Vez enquando um colega, para incrementar um pedal, sugere estica-lo um pouco.

Foi assim que neste domingo, adiantados para chegar a um encontro, convidei Renato e Ademar para saindo do caminho para a fazenda Santana do Turvo, dar uma volta por uma trilha chamada Manilhão.

Não tem nenhuma manilha grande, na verdade tem uns pedaços delas. Mas que caminho simpático. Passa-se por umas dez porteiras e tronqueiras, mas fora isso é só rodar.

E tem de tudo: caminho singelo onde passa carro uma vez na vida, passagem coberta da grama, trilho no meio do pasto e trajeto cheio de erosão.

Não faltam subidas e boas descidas e até um alagado para sujar a sapatilha.

Nos altos dá pra se ver longe. O silêncio é total.

  

publicado por joseadal às 22:35

Agosto 11 2014

- Saia de casa, vá viver a vida e ver o mundo.

Não gosto de ser mandado, mas esse cara aí até que tem razão. Neste sábado, 09/10/2014, tudo estava contra sair de casa. Cedo ainda, com o tempo frio e ameaçando chuva, saímos da cama e fomos colocar as bikes no transporte para ir a Rio Preto.

Viagem longa de duas horas, mas estávamos apostando que o dia ia “nascer feliz”. Na pequena cidade mineira, sob uma garoa tênue, tomamos café e enquanto descíamos as bikes decidíamos que caminho tomar.

A grande volta planejada, pelo adiantado da hora, não era mais possível. Então, rodeando a praça pegamos a subida de paralelepípedos.

Logo fazíamos força pela estrada de saibro. E toca subir a serra do Funil. A serra para ser vencida tem de se subir três longas encostas. O tempo firmou e o frio e o sol encoberto facilitou nossa ascensão.

Muito lá encima, pouco antes da terceira subidona, fomos visitar a Toca do Coelho,

lugar abençoado entre os picos da montanha.

Sem as bikes subimos uma tosca escadaria para ver a cachoeira do Leão e a do Gorila.

Depois de um lanche fomos completar o trajeto. Chegamos ao restaurante e marcando nosso almoço fomos visitar o funil e a igreja na caverna. Subimos outra escadaria. A falta de chuvas nos fez ver pela primeira vez o buraco por onde se escoa o riacho.

Então fomos visitar a gruta. Ali acontece uns fatos estranhos, como a mancha de água que forma o rosto da Virgem.

O salão onde são rezadas missas especiais nos deixa sempre reverentes.

Descemos para o almoço que foi delicioso. Depois de um descanso, começamos a volta passando por outro caminho.

Descemos até a vila de Três Cruzes, e mais ainda até Conceição do Monte Alegre. Entramos no asfalto e voltamos para arrumar as bikes para a viagem de volta pra casa.

O dia passou, mas por termos saído de casa para ver o mundo, voltamos carregados de lembranças felizes e completamente abastecidos de amizade.

         

publicado por joseadal às 00:34

Agosto 07 2014

O belo esporte do ciclismo tanto é bom quando se roda por um caminho que nunca antes passamos, como em uma trilha muitas vezes percorrida. Celmo subindo com toda facilidade.

Nesta, certos locais trazem a nossa memória uma cena engraçada ou um desafio.

Quando subimos o tão conhecido caminho da Jaqueira, eu, velho ciclista, lembrei-me de João Bosco agachado debaixo das raízes de uma árvore agarrada numa ribanceira. Ele dizendo: estou debaixo da árvore. E estava, literalmente. Desta vez o novo colega Renato, sempre sorridente.

Mais a frente, lá perto do alto, depois da velha jaqueira. Lembrei do colega Pedrosa agarrado ao barrenge fazendo força pra subir e eu gritando: seguro no chifre, Pedrosa! Aqui, o amigo Édson sobe tranquilo.

E foram tantos os amigos que subiram por aquele caminho em nossa companhia!

Pedais são como álbuns de recordações. 

publicado por joseadal às 00:39

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