Tome fôlego porque o Zé vai fazer uma daquelas orações compostas que não acabam nunca e que no meio já não lembramos o princípio.
O homem que olha esse lugar, (hoje de manhã, a bela igreja de Santa Cecília)
consegue pensar no arquiteto que planejou a igreja e que nem precisou colocar as mãos na obra para ela ficar pronta, mas não consegue ‘ver’ Deus, quem projetou essa árvore, o ateu; ou aquele que percebe o arquiteto da igreja e o da árvore, mas para quem ambos estão distantes, Deus é como aquele que emprenhou sua mãe e nem ela nem você nunca mais o viram, o deísta; pensar que o Criador de todos os mundos – um soberano milhões de vezes maior que Alexandre, o Grande, no auge de sua vida – quis fazer um Filho em uma mulher, num ser humano fêmea, e preparou tanto seu corpo como sua alma por várias gerações para essa missão de reproduzir seu Filho, é quase impossível.
Eu mesmo levei tempo, só quando fiquei idoso é que me dei conta do que significa o que o mensageiro do Senhor dos Universos disse: “Ave Maria, cheia de graça, O Senhor Infinito é convosco”. Ou o que a mãe de João Batista, disse a ela: “Bendita sois entre todas as mulheres e bendita a criança que você vai ter. Você é feliz porque acredita que vai acontecer consigo o que o Senhor Deus lhe disse”. Talvez lhe seja difícil pensar que o Deus de incontáveis mundos, fez seu único Filho no ventre dessa mulher e a levou para junto de Si. É mais fácil, para muitos, crer que ela foi abandonada por quem Lhe fez um filho. Um sujeito assim deve ter um pai horrível e uma mãe sem valor, ou é tão sem caráter que pensa mal de seus pais, desse mesmo jeito.
Já quatro amigos que amam seus pais, que nem estão mais neste mundo com a gente, e também amam Deus, o Criador, e a mulher que foi preparada para ser mãe do Deus Filho, vamos em nossas bicicletas visitar o maravilhoso “sinal” que ela nos deu, um presente para não esquecermos dela: a imagem de Nossa Senhora Aparecida.
Vou lhe contar a história, é breve. Uma imagem quebrada, talvez por alguém que também não ‘via’ o valor de Maria de Nazaré, uma estatueta que ficou na lama do rio Paraíba do Sul por muitos anos até adquirir a cor negra das mães pretas que foram trazidas a força para o Brasil, a pequena imagem do tamanho de um palmo, veio nas redes dos pescadores junto com muitos peixes. Você dirá: Ora, foi um acaso, igual quando a rede puxa raízes ou um pinico. Pode ser. Mas caro incrédulo, os pescadores animados separaram a estatueta e jogaram de novo a rede que o dia estava bom para pescaria, e entre os muitos peixes – não sei como não vazou entre as malhas da rede tão pequena é, do tamanho da primeira falange do seu dedo mindinho – veio a cabecinha da estatueta.
(a coroinha foi doada pela princesa Isabel, a mesma que libertou teus antepassados)
Esse milagre vamos visitar.