bikenauta

Outubro 12 2014

O ciclismo é esporte, lazer e um meio de fazer turismo, mas também pode ser um sacrifício. Um esforço contínuo sob um sol forte que drena toda energia é um sacrifício. Como tal não tem razão de ser se não envolve uma devoção. Por isso, quando íamos sair de Volta Redonda, na manhãzinha de sexta-feira, 10/10/2014, oferecemos a Nossa Senhora esse pedal como oferenda. E fomos.

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Saímos do meio urbano, seguimos pela Dutra e em Floriano entramos na estrada de chão em Bulhões,

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atravessamos Resende e rodamos para São José do Barreiro. O sol ardia e encontrávamos em qualquer sombra um refrigério.

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Mas não parávamos mais que cinco minutos e chegamos à Estrada dos Tropeiros e ao almoço.

Foi uma refeição calma para aproveitar o frescor do restaurante. Mas fizemos a digestão sobre as bikes. Ficamos surpresos de ver que a extensa ponte sobre a represa do Funil hoje só serve para passar um pequeno córrego. A água represada, cada vez mais escassa, está longe, a vista não mais alcança.

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E logo depois, na direção de Areias, pegamos a longa subida. Sentamos a uma pequena sombra, mais parecidos ao Jonas da baleia do que a fortes ciclistas.

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A serra do mar era um paredão azulado à nossa esquerda. 

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Mas chegamos e tomamos muito líquido. O sol do final da tarde não queimava mais e pintava tudo de cores douradas.

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Restavam 30 km, e encaramos a estrada. Muita subida. As sombras tomavam conta do mundo.

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A noite caiu e nós três corremos juntos iluminados pelo farol da bike de Pedrão. Que alívio quando vimos as luzes de Silveiras e corremos para a pousada. De banho tomado sentamos a mesa para jantar e conversar sobre tantas belezas desse dia.

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O sábado amanheceu lindo. O céu azul puro era o próprio manto de Nossa Senhora. Tomamos um café da manhã reforçado – eu comi até farofa de iça, bumbum de tanajura - e saímos. No portal tiramos foto com o burrinho que esperava os outros, nós.

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Depois do portal largamos o asfalto e seguimos na direção da Canção Nova por uma rota de caminhantes.

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Chegamos a Dutra e pedalamos com toda força para pegar a missa da 10:30. Que alegria quando vimos a cúpula da catedral!

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Rodamos em meio a milhares de pessoas de toda parte do Brasil. As bicicletas chamavam atenção e muitos vinham falar com a gente e elogiar o sacrifício que fizemos.

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Entramos no imenso salão, comungamos, rezamos, choramos e sorrimos muito pela alegria de termos chegado.

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publicado por joseadal às 12:41

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