Ontem, o amigo Pedroso me chamou para o último pedal do ano. Grande amigo é famoso por sempre levar um farnel com sanduiches para si e para os colegas.
Declarou que queria visitar o sertão onde nasceu, um caminho que rodeia Santa Isabel do Rio Preto. Disse mais, que iríamos por um caminho diferente que a mãe dele indicou. Caminho diferente é comigo mesmo.
Saimos às 6 h deste domingo, 28/12/2014 e seguimos para Amparo.
Depois de um lanche subimos a Mutuca e descemos para São Bento. Ele disse que o caminho era logo depois, à direita. Fiquei matutando: qual seria? Pois os caminhos ali dão tudo na serra do Robertão. Uns 2km à frente, num bambuzal, era a entrada.
Mas por ali já passara vindo da serra. Quando a gente passa no asfalto, à direita se vê a estradinha subindo.
Enquanto subíamos lhe disse que não me recordava duma entrada à esquerda, único jeito de chegar em Santa Isabel. Perguntamos a um e a outro e ninguém sabia do tal caminho. Quase chegando numa pontezinha vimos uma placa da fazenda São Pedro. Só podia ser ali. Tocamos.
O caminho se subdividiu e foi ficando mais estreito, virou um trilho. Pedroso, falou: “seu” Zé e se a gente tiver de voltar tudo? Ué, a gente volta! Mas continuamos pra frente. Bem adiante vimos uma estradazinha do outro lado do riacho. Tinha de ser aquele o caminho para chegar em Santa Isabel. Paramos num sítio,
tomamos água gelada – porque o sol estalava – e passando uma pinguela
e um plantio recente de milho, entramos no caminho e tomamos a direção contrária, voltávamos. O caminho quase não é utilizado e em certos trechos era todo gramado.
Abrimos porteiras,
cruzamos túneis de bambu
e rodeamos alagados pra não molhar a meia.
e chegamos numa velha fazenda. É a mais velha que já vi na nossa região, data do início do ciclo do café, 1811.
Dali pra frente o caminho era mais batido e correndo passamos por vários sítios, conversamos com duas mulheres leiteiras
e chegamos ao asfalto. Sabe onde? Nunca tinha reparado naquela subida. Foi onde numa enxurrada, há anos, um trecho da estrada foi arrastado.
Voltamos dali mesmo e retornamos com o sol de 50° na moleira. Ô pedalzinho bom!