bikenauta

Agosto 22 2012

A amizade com um filho é uma coisa maravilhosa. É preciso atravessar todo o cipoal de obrigações e atividade para encontar o filho e fazer alguma coisa juntos. Na 2ª feira, 20/08/2012, conseguimos coordenar trabalho e afazeres para passar boas horas do dia juntos.

(eu e Márcio Aurélio na balneárioda praia da Luz, São Gonçalo, RJ)

  

A relação de um homem com seus filhos variou muito em todo esse tempo em que vivemos na Terra. O livro Los Cazadores de Mamuts revela que há 30 mil anos as crianças eram literalmente “filhos da mãe”: “. Con frecuencia, el hombre se siente más cerca de los hijos de su compañera, los hijos de su hogar, pues vive con ellos y les enseña; pero sus herederos son los hijos de su hermana; al envejecer, a ellos les corresponde atenderle”. Os paleontólogos divergem se as sociedades, os clãs, as tribos daquele tempo tinham uma chefia masculina ou feminina, mas todos reconhecem que a figura da mulher era venerada como responsável pela multiplicação da espécie dos homens.

Foi a 10 mil anos, quando descobrimos as vantagens da agricultura e de se construir e viver em cidades, que começamos a desconfiar que a mulher não concebia o filho sozinha. A contribuição do homem custou a ser percebida porque ter relação com a mulher não resultava necessariamente na concepção dela. (a praia da Luz fica no fundo da baia da Guanabara e para chegar lá atravessamos um grande manguezal)

Os israelitas quando invadiram a terra que pertencia aos filisteus, heveus, girgazeus, amorreus, cananeus, amonitas e jebuseus, e os derrotou quase os eliminando completamente, inteiramente convencidos de que era vontade do Deus de Israel lhes dar aquela terra que já possuía dono, dividiram o território pelas famílias. Com o passar do tempo a herdade era fracionada pelos filhos, netos, bisnetos; porém, não podia passar nenhuma parte dela para outra família. Assim, quando um homem morria e não deixava herdeiro, um irmão devia coabitar com a cunhada e gerar nela um descendente que herdaria a parte do falecido nas terras da família.

Não havia a mínima noção de que um DNA, um arquivo de informações de um indivíduo, formaria seu filho e daria continuidade as conquistas e defeitos genéticos acumulados por aquele agrupamento humano. Mas na idade Média um senhor feudal, para garantir que o filho de sua mulher seria uma fiel continuação sua e não um filho bastardo de outro homem, chegava a colocar na senhora esposa um cinto de castidade. Daí resultou mil piadas e a fama de que um chaveiro é o melhor amigo do Ricardão.

(o visual é lindo e enquanto comíamos sardinha frita admirávamos a serra dos Órgãos e as muitas ilhas da baia)

Mas digo tudo isto para falar de como é bom a companhia de um filho. Fui visitar Márcio Aurélio e Cristina no Grande Rio, meu único filho que ainda não me deu neto, casou no final do ano passado. Gostei demais do seu apartamento bem construído e mobiliado com bom gosto e conforto. Conversamos demais, mil coisas. Com ele tenho uma identificação completa de gostos e prioridades. Mas o melhor foi quando pegamos as duas bikes que levei e saímos em direção à praia da Luz.

A capela da Luz foi construída há 300 anos. O jornal O São Gonçalo informa: “A data provável da primeira missa na Capela da Luz, 1647, é a mesma que a da criação da freguesia de São Gonçalo de Amarante. O capitão português que a construiu acabou por criar muitos devotos da santa, leigos ou religiosos, e, consequentemente, fez com que fosse preservada a cultura de celebrar Nossa Senhora da Luz a cada dia dois de fevereiro. A capela tem um projeto simples. Na fachada um frontão triangular e duas colunas toscanas que formam uma varanda (solução arquitetônica inédita em uma igreja). O prédio não tem sino ou torre. A porta de entrada, estreita e de altura normal, foi colocada durante as obras de restauro e melhorias feitas com patrocínio da Petrobras no ano de 2001”.

E assim, passei um dia muito feliz conversando com um jovem que é uma continuidade minha e trocando idéias, eu de uma geração ele de outra, mas com aquela afeição que nasce da identidade de sangue. Um dia, ele falará de mim para o filho dele e assim a vida continua.

publicado por joseadal às 00:05

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