Uma serra não é apenas um paredão, ela se origina de uma extravasão de material do núcleo da Terra. A lava forma várias dobras que ficam abaixo da superfície até que o intemperismo, a deterioração do solo, deixa-as a amostra ou revela as diversas elevações. Por trás daquele pano de fundo há uma obra da natureza cheia de belezas e desafios.
No domingo do carnaval vamos numa van com uma carreta levando nossas bikes até a garganta do Registro, no alto da serra de Itatiaia. A foto mostra uma outra vez em que saímos daí. Desembarcando vamos pedalar subindo mais 8 km e então vamos despenhar, descer muito, até o lugarejo de Serra Negra.
Logo a frente, numa bifurcação vamos entrar à direita, pegando o caminho dos Tropeiros que leva à outras serras. Daquele vez descemos à esquerda. Logo adiante tem um bar, até ali alguns de nós já esteve, o que existe adiante é o que vamos descobrir.
Ainda não passamos por lá, não se sabe se vamos subir com uma elevação igual a do caminho das Sete Quedas ou do Pacau. Terá uma inclinação forte como a primeira ou mais leve e mais cumprida como a segunda? Só sabemos que de 1.470 m do ponto de saída vamos descer até os 900 m do desvio e subir até 2.200 m. O traço amarelo é o caminho que vamos passar. No perfil de elevação mostra a altura da saída, a descida até Serra Negra e a forte elevação que vamos vencer pelo caminho, depois é só descida. Mais ou menos.
- Mas se consegue subir pedalando isso tudo?
Ainda não sabemos, mas se tivermos de empurrar a bike morro acima não será a primeira vez. Dizem que o visual é muito bonito. Não conheço este caminhante da foto, J Augusto, mas ele venceu essa travessia a pé. As fotos dele estão no Google Earth e as paisagens no fundo de seus olhos.
Vamos fazer esta travessia com nossas bikes, mas além disso há o desafio e a alegria íntima de dizer: já andei lá, pedalei por dentro do conjunto de serras das Agulhas Negras.