A singela bicicleta não é só um meio de transporte e, tampouco, um mero instrumento esportivo. Ela nos leva a alcançar quimeras. Neste sábado, 26/10/2013, por exemplo, ela nos levaria ao ponto mais alto da cidade de Valença, o morro da Glória, para descortinarmos um lindo visual do antigo casario.
Paramos ao pé de uma frondosa figueira e o colega valenciano Eder, informou: Neste caminho à direita vamos às torres passando... – e nomeou fazendas, estradinhas e arraias. À esquerda subimos a serra e passamos a uma distância igual a daqui àquele poste das torres. Coisa de dez metros, estava ótimo. As bikes nos levaram enquanto conversávamos. Nilson, grande amigo, não sei se para encorajar ou aterrorizar apontou a estrada virando a serra lá no alto.
O professor Paulo Renato discorreu sobre aqueles altos: Esta serra chama-se dos Mascates, porque era por aqui que os antigos comerciantes que carregavam suas mercadorias em lombo de burros vinham do Rio de Janeiro em caminho de Minas Gerais. E contou casos de algemas e varas de pescar e de como as boas ‘patroas’ dizem aos seus maridos: você, agora, pode fazer o que quiser. Ao que Zé completou que num caso desses pegaria incontinente sua bike e sairia pedalando.
Seguiu-se uma descida vertiginosa e, como ainda não dera dez horas rumamos para a cachoeira do Gaim. Município espraiado, o belo balneário fica do outro lado da cidade, era longe pra dedéu. Mas o que animou os valentes ciclistas da Cidade do Aço é que ficava perto do Bar do Torresmo. Então saímos rodando sem mais delongas.
Caminho de chão simples, beirando um riacho ligeiro e pastos cercados, passando por velhas pontes e matas esparsas, nos levou ao balneário que tinha um visual lindo. Tá todo mundo de prova. Esta foto do Zé não dá nem uma pálida ideia da beleza do local.
Refrescados por dentro e por fora, as vistas recompostas por excelente colírio, tocamos de volta, subindo e subindo até que quando as forças começavam a faltar encontramos a mesa posta.
Não sei se é a adrenalina correndo solta no sangue, o fato é que os ciclistas cansados planejavam pedais com mais e mais dificuldades. Alimentados rodamos para o sítio do Nilson, em outro ponto cardeal. Quinze quilômetros de asfalto com carros velozes passando a poucos centímetros da gente.
Chegamos ao sítio e tudo virou uma festa com piscina, jabuticaba, almoço delicioso e a boa companhia dos amigos.
- Zé e a serra da Glória, foi lá?
Chegamos quase a tocar as torres.