Os gregos haviam descoberto há muito tempo: mente sã e corpo são.
Quando neste domingo, 15/03, entrando para o bloco dos alienados que não foram a manifestação contra o PT, subimos pedalando a serra da Bocaina precisamos fazer uso dos dois. Valeu o conjunto corpo-mente.
Com a força das pernas e braços levamos nossas bikes de 500m para 1200m de altura. O vale em que começamos pedalando foi ficando, a cada curva da estrada, mais lá embaixo.
Até aí tudo bem. Tendo determinado subir muito e com o corpo descansado fomos apreciando a beleza do mundo natural a volta. Quando chegamos ao alto da serra, especialmente os rapazes que não enfrentaram desafios fortes com a bicicleta, parecia que alcançáramos o objetivo. Ledo engano.
O alto de uma serra parece com um vaso de planta. Igual a uma formiguinha vamos subindo e quando passamos a beirada entramos na terra do vaso com suas plantas.
Assim foi, logo depois da virada da serra vem uma boa descida de 6km e então chegamos ao largo do Brastel, onde paramos numa pousada para hidratar. Hidratar é o codinome de “levantar copo”. Porém, o planalto da serra tem várias subidas, pequenos picos. E quando começamos a subida empedrada com o corpo já cansado e com a mente despreparada para mais aquele esforço, deu desânimo.
Os novos ciclistas voltaram pensando nos poucos quilômetros de subida que precisariam pedalar para chegar ao topo e finalmente descer livres. Mas nós, ciclistas mais antigos tínhamos o compromisso de chegar no sertão da Onça, ver a cachoeira e nos juntarmos aos colegas que subiram de carro.
Bem, se a mente não está preparada para o esforço e o corpo “está pedindo pra sair”, o que resta? Ah, quem se exercita regularmente e já passou por outros desafios tem “um trunfo na manga”. É por este trunfo que um fuzileiro naval treina a quase morrer, a memória muscular. Coisa fantástica, é um fato extra na ligação mente-corpo. É só não desanimar, continuar pedalando, focando vencer a subida e de alguma forma os músculos doidos encontram um velho arquivo em sua memória e parecem dizer:
- Cara, o Zé, hoje, tá fazendo um pedal igual aquele que ele fez de Lima Duarte para o Parque de Ibitipoca. Vai ser brabeza, vamos dar tudo que temos!
E eles nos levam.
Então, não perca sua regularidade em tudo que faz: seja trabalho, frequência a Igreja ou acompanhar o filho nos estudos. Porque essa diligência vai criar uma memória, o hábito, que vai te ajudar na hora que o corpo e a mente não conseguirem te levar.