bikenauta

Junho 21 2011

Uma obra prima de Deus. São expressões simplificadoras, um jeito de descrever em poucas palavras a alegria que enche o coração da gente diante de um espetáculo lindo. O começo da manhã de domingo, 19/06/2011, neste quase inverno, estava frio e seco. Estivéssemos enrolados no cobertor e trancados no quarto não assistiríamos o deslumbrante acordar da montanha vestida de verde, coberta com um manto azul enorme e iluminada pelo sol. Paramos os carros, saltamos com as câmeras digitais em punho. Cada qual procurando o ângulo melhor para registrar aquela maravilha. Nem Napoleão, vestido e paramentado em sua coroação, estava tão belo quanto esta montanha.

Corremos para Bananal, tiramos as bikes dos carros, tomamos um café da manhã bem quentinho e andamos pelas ruas de casarões antigos saindo da bela cidadezinha. Então corremos como uma tropa alegre e brincalhona de cavalos selvagens.

Quanto mais nos aproximávamos dos pés da serra mais aumentava nossa expectativa. Admiramos a cachoeira da Usina e tocamos para adiante começando a subida. Quinze homens, cada qual com seu ritmo de pedalar, em pouco estávamos espalhados pelas contínuas voltas da estrada asfaltada. Pedrão gritava, para os colegas e todos os animais que nos espreitavam da mata, seu brado de pura alegria: seelvaaa! Chegamos ao Km 12 com sua bica de água gelada.

Despidos dos agasalhos e camisas de baixo continuamos para vencer trezentos metros em três quilômetros. Ao lado direito, aparecendo e desaparecendo a cada volta da serra, a cachoeira da Água Branca acompanhava nosso esforço. Afinal, pensei enquanto respirava forte, que rio era aquele que ao invés de descer a Bocaina rolando por sobre as pedras, como nós em nossas bicicletas, se despencava lá de cima com uma pressa doida de chegar ao mar, tal qual Jorginho e Rogério Tatu que sumiram nas quebradas da serra.

Chegar ao Km 15, a mil metros acima do nível do mar, é como passar em um vestibular. Diante da bifurcação em que o asfalto seguia à direita e a estrada de chão empinada nos desafiava à esquerda escolhemos esta. Agora era subir 400 metros em cinco quilômetros, moleza.

A placa ao fim da subida anunciava que as 7 Quedas estavam próximas e logo o rumorejar das cascatas nos fez apear, deixar as magrelas deitadas na grama e nos recostarmos nas pedras. Estávamos na primeira queda com a água fria de doer descendo o tobogã e formando uma convidativa bacia. Uns três gatos pingados mergulharam voltando para as pedras dizendo que estavam sentido calor. Não, tem uns caras que só internando!

Depois foi voar pelos 15 km de descida cheia de curvas alucinantes. No pé da serra pedalamos sem olhar pra trás, correndo para o almoço e depois para o aconchego da família. Ela, a montanha, vai continuar lá, com suas águas rolando e cantando como fazem desde antes de ter humanos na Terra e bem depois de não estarmos mais aqui.  

   

publicado por joseadal às 00:35

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