bikenauta

Abril 08 2013

Já falei de ansiedade outras vezes.

Ela amplifica o que sentimos, deve ser parecido com as sensações vividas por quem se droga. A velocidade vertiginosa num carro parece normal para o ansioso, mas quem anda com ele reclama. Por isso, sofrendo desse mal, cansei dos automóveis e prefiro outros meios de transporte. A bicicleta, por exemplo, anda no ritmo do condicionamento físico da pessoa, então nela pode-se andar a 15 ou 28 km. Mas as decidas em que a bike chega a 60 ou 70 km deixa o ansioso cheio de soberba. A ansiedade é prima irmã do orgulho.

Neste domingo, 07/04/2013, usamos outro modo de locomoção, um muito antigo, cavalgamos o dia todo. Foi uma experiência espetacular provocada pelo intercâmbio fraternal entre os quatro amigos e o visual muito bonito das terras de Valença, RJ. Mas tem uma coisa que aprendi nesta aventura.

Assim, andando horas e horas no passo lento do cavalo o ansioso recebe um treinamento intensivo de controle das emoções. O dono dos cavalos, o amigo Nilson, me ensinou: Zé, andando a cavalo aprende-se o que é paciência.

Saímos de São Francisco de Assis, distrito de Valença, cedinho numa manhã nublada em direção a Ipiabas. Mas não adiantava querer chegar lá bem rápido, éramos reféns do passo dos animais.

Demos sorte, ou nossos guardiões ouviram nossos desejos, e a chuva que vinha caindo todos os dias, e que tornaria perigosa a cavalgada nos caminhos enlameados, parou por dois dias. Assim, os animais andaram seguros num piso seco. Nas descidas em que as bikes descem perigosamente instáveis, os cavalos diminuíam o passo e davam atenção onde pisavam. O ansioso envaidecido que ama a emoção não se dá a esse cuidado.

Subíamos morros de onde se vislumbravam vales maravilhosos. No caminhar lento as fazendas com suas casas-grandes desfilavam com tempo de se poder admirar a concretização dos sonhos tão diferentes de homens e mulheres.

O dia nublado tornou a cavalgada um exercício excelente para o corpo e muito satisfatório para a alma. Mas quem não está acostumado a equitação as horas passadas com as pernas abertas em torno do corpo volumoso sente uma dor excruciante nos músculos internos das coxas. Por isso, na volta, quase chegando ao sítio, não aguentei, desmontei e sai puxando o animal para descansar os músculos doloridos.

Começava a escurecer quando, animais lavados e postos a pastar, de banho tomado e um bom café com bolo que Jaqueline, a dona da casa nos ofereceu, nos debruçamos no balaústre da varanda vendo o dia tão feliz terminar. 

  

publicado por joseadal às 23:51

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