As estações mudam indefinidamente ao sabor da dança que
nosso planeta executa em volta do Sol. Elas dão variedade à existência humana.
Tempo quente para um bom banho de mar, piscina ou cachoeira, e o frio para
dormir melhor e pedalar com as mãos insensíveis e frias como gelo. Hoje,
22/07/2012, foi assim. Até que havia um sol alegre quando nos reunimos às 7 h,
mas quando pedalamos a cerração baixou e um frio enregelante nos cercou.
O esforço em pedalar aquece o corpo e chega à epiderme, mas não era páreo para a
friagem que sugava todo calor. Mudando as marchas automaticamente nenhum de nós
oito sentia os dedos.
Chegamos a Pinheiral e subimos na estrada para Vargem
Alegre. Já havia passado uma hora, mas a temperatura continuava baixa.
Entramos no caminho para Pirai e logo subíamos uma serrinha em meio a uma mata fechada
com o frio nos castigando. Só na altura de Varjão, com 30 km de pedalada, o Sol
começou a vencer e levantar o nevoeiro. Passamos pela bela fazenda do
ex-presidente da CBF que, dizem, foi comprada com muito dinheiro recebido de
superfaturamentos em eventos do nosso futebol pentacampeão do mundo.
Quase em Santanézia viramos à esquerda e passamos pelos
sítios repartidos entre os sem-terra vendo as casas de taipa sendo substituídas
por outras de tijolos. Mas plantações são só de subsistência: alguma hortinha, um
trato pequeno de mandioca e uma criação de galinha de quintal. Também, com o
tamanho dos lotes recebidos não dá para fazer nenhuma produção para vender. Só
se formassem uma cooperativa.
- Puxa, Zé, você hoje está falando mais de política do que do passeio ciclístico!
Bom lembrar, foi mesmo um passeio. O ritmo foi bom,
percorremos 85km, mas sem correria. Ainda mais que tínhamos no grupo uma dama,
a colega Cristiane, que pedala mais que muito marmanjo.
Daí, veio a descidona e uma boa corrida até Dorândia, onde almoçamos. Então, quentamos Sol e sem
demorar muito saímos devagar para fazer a digestão.
Algumas subidas e diante da paisagem que mudava de cor com a chegada do fim da tarde chegamos ao asfalto e
a Volta Redonda.
Fomos para casa, felizes de ter passado em revista o belo
mundo que Deus nos deu. Ninguém estava cansado, muito menos o jovem ancião de
68 anos, João Bosco. Nossos corpos estavam desintoxicados da poluição de nossa
cidade e aliviados do estresse do dia a dia. Tudo porque tivemos coragem de sair no frio e com cerração
e, depois, ter a alegria de ver o Sol chegar espanando a friagem e esquentando nossa pele pra valer.
Que venha uma nova semana cheia de trabalho!