bikenauta

Novembro 28 2011

Neste domingo chegamos a praia de Trindade de bicicleta, esta é a história que vou contar .

Quando acordei, ainda escuro, vi a escada de casa toda molhada. Tomei o café e sai com Malu com um chuvisco fino caindo. O colega Fabiano me liga: está de pé o pedal, seu Zé? Claro que estava. Tem aqui um mistério que preciso revelar.

- Ai, lá vem o Zé com suas histórias!

Não, é sério. Quando convidei os amigos para ir de van até Perequê e de lá pedalar até Trindade, um percurso de 62 km, fiquei de olho na meteorologia. Cada jornal repetia que domingo seria com chuva na região sulfluminense. No livro A Mente Domina a Matéria conta uma experiência,com testemunhas, de um homem que conseguia mentalizar e fazer uma nuvem mudar de forma tomando a silhueta que ele havia anunciado. Lembra do sol que as crianças fazem no chão de terra quando querem que a chuva pare? Pois é, comecei a mentalizar pedindo aos guardiões da natureza que nos dessem um bom dia para pedalar.

- Tolice!

É, e há vez que fizemos a Volta dos 80 em que quase não apareceu ninguém para pedalar e quando chegamos ao Registro, na serra de Itatiaia, entre os galhos das árvores vimos o céu se abrindo com um lindo azul? E quando eu e Mahé saímos sozinhos sob uma garoa fina - não teve um bom cristão ciclista com coragem de sair de baixo do cobertor - o céu fechado para cair uma baita chuva, rodamos até Bananal e subimos até o Quilômetro Doze com os pneus chiando no chão todo molhado e não tomamos uma gota de chuva? Há muito mais mistérios entre o céu e a terra do que explica a vã filosofia. Mas voltemos ao passeio.

Cheguei ao local de saída com as bicicletas sendo colocadas na caçamba. Um chuvisco incomodava. Todos sentados a van rodou em direção ao litoral passando pela serra do Mar, o limpa brisa ia em seu vai-e-vem enjoado. Eu mentalizava: dê-nos um tempo limpo, por favor! Passamos os túneis descendo e a chuva caindo. Recebi uma mensagem da Fernanda, de Angra dos Reis, que estava para nos encontrar no trevo da Rio-Santos: Zé, desculpe, está chovendo, não vou não. E eu pedindo que a nuvens dessem uma trégua. Veja o chão molhado, na foto.

Chegamos a Perequê e... o chão estava seco! Os colegas que pedalaram no sábado e dormiram lá - Dunga, Pedrão e Edmar – nos receberam cheios de alegria. Tiramos as bikes e tocamos sem delongas. O litoral lindo desfilava diante de nossos olhos admirados. O asfalto, que não era preferência de nenhum de nós, desenrolava-se diante de nossas rodas num sobe e desce que exigia a força de quase todos os músculos.

O serra-mar de nossa região é belíssimo! Paramos em lugares maravilhosos tomando água de coco e comendo bananas. E logo todo mundo montava e recomeçava o caminho pra nosso destino.

Com um tempo fresco e seco delicioso chegamos a entrada de Parati. Não entramos para visitar a cidade histórica, seguimos para nosso destino. Em pouco, com várias peripécias pelo caminho, começamos a subida da serra de Trindade. Desde os tempos do Adão mítico para alcançar o Paraíso é preciso esforço. Subimos 250m em 3 km. Então começou a vertiginosa descida e em pouco vimos o mar entre a ramagem da mata atlântica.

Aí foi passear pela rua estreita cheia de lojas e procurar o lugar do almoço. Cheios de fome comemos com vontade o arroz com feijão mulatinho, farinha, salada e peixe. Num dia tão lindo e deplois de um exercício tão gostoso a tônica era alegria no coração.

Um sol inseguro clareava e reacendia as cores tropicais. Depois fomos à praia onde peguei bons jacarés nas ondas repetidas. Daí, pedalei de volta até Parati onde a van com os colegas me alcançou e voltamos para casa subindo a serra do Mar para o vale do rio Paraíba do Sul e nossas casas.

Ah, sim, e sem uma gota de chuva!   

publicado por joseadal às 16:11

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