bikenauta

Setembro 08 2012

Ciclísmo é o rei dos esportes. Se não, veja. Quer exercitar quase o corpo todo? É com a bicicleta. Quer formar um círculo de amizade desinteressado e amigo? É com a bike. Quer ficar em contato com a Natureza? Então é com ela mesmo!

Aqui é preciso detalhar melhor o que é a Natureza e sua simbiose com a "magrela". A Natureza é um conjunto de forças ordenadas por leis que moldam nosso planeta. As mudanças podem ser tão suaves que a gente corre com as bicicletas por cima delas e nem notamos que teve modificações ali. Quando se sobe uma serra suando e exigindo de muitos músculos tudo que podem dar, estamos andando em cima de uma transformação da crosta do planeta que aconteceu catastroficamente há milhões de anos. As elevações do solo podem ser tão grandes quanto as serras que começam lá em Pocos de Caldas, vem para o leste formando a Bocaina em São Paulo e a serra do Mar no Rio de Janeiro. Quando subimos os 6 km para o Guaraná Quente na serra da Carioca, em Rio Claro, estado do Rio, pedalamos e empurramos as bikes entre dois picos de granito por um caminho muito inclinado, mas regular o bastante para o ser humano ter feito nele uma estradinha. Não vimos, mas este caminho foi esculpido pelo rio do Prata devagar e por milhares de anos. Parece que aquela paisagem foi sempre assim, mas não, ela vem mudando com tempo e sendo esculpida maravilhosamente por muitos séculos. A bike nos proporciona este visual ao mesmo tempo em que nos exercitamos.

Quando pedalamos, este esporte que é rei, nos dá a oportunidade de ver como a superfície da Terra tem sido moldada por forças poderosíssimas. Porém, mais do que isto, não podemos deixar de ver um toque de artista na paisagem deslumbrante, como na cachoeira de Carlos Euler. O rio poderia ter tomado o caminho à direita e descido a serra da Mantiqueira formando outro vale com uma série de quedas d'água. Mas não, ele toma à esquerda, onde tem um rochedo imenso, e corajosamente se precipita lá de cima. Parece que fez isto só para impressionar um glorioso visual aos humanos. Então, o ciclista chega ao pé da cachoeira, deixa sua bike encostada num arvoredo, despe o uniforme e se aproxima reverente recebendo no rosto o chuvisco refrescante. E quando olha para cima, as nuvens deslizando no céu, parece que aquela massa imensa, de água e pedra, está tombando vagarosamente em cima da gente. Só um artista talentoso para ter montado este cenário.

É em momentos como como este que dou valor a minha bicicleta. Que os outros magníficos esportes me perdõem, mas o ciclismo é o rei de vocês todos.

 

publicado por joseadal às 15:25

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