bikenauta

Dezembro 18 2012

Agora já ficou no passado. Mas 350 km de pedalada subindo e descendo serras, vendo e vivendo paisagens e emoções não podem ser ouvidados. Quatro dias colocando todos os músculos para trabalhar ficam marcados na mente e no corpo. Mas, relembrando neste instante constato admirado: Nunca foi tão fácil!

A maior preocupação dos dias que antecederam o evento é como suportaríamos o sol, mas na manhã da 6ª feira, 14/12/2012 não encontramos o poderoso guerreiro em seu carro dourado que os egipcios chamavam Amon. O começo do dia estava fresco e uma brisa nos empurrava por caminhos já bem conhecidos. (na foto eu e Pedrão no caminho por trás da Escola Agrícula, em Pinheiral)  

Pedalamos 100 km passando por boas subidas e não deu pra cansar. Às 15:30 tínhamos chegado ao nosso objetivo do primeiro dia, Paty de Alferes. Foi um passeio bom demais. (aqui estamos em Morro Azul, já pertinho de Miguel Pereira, o profeta ao nosso lado é uma figura local)

 

Mas preciso falar sobre a fé. É só um instantinho, e tem a ver com o pedal desse dia.

Esses dias lemos, eu e Lili, sobre o profeta Jonas, o da baleia, e da ordem divina dele ir pregar à cidade de Nínive. Missão cumprida o profeta voltava para casa por um deserto e debaixo de um sol que Deus me livre. Rezou interpelando o Criador: meu Pai, estando ao Seu serviço morrerei neste deserto?! Mas ao subir duramente uma duna viu um oásis com um caramanchão, correu. Deitou a sombra e pensou: foi uma sorte achar esse recanto tão fresco. Sorte coisa nenhuma! Mas ele esqueceu que havia pedido isto a Deus. Dormiu direto toda tarde e aquela noite e acordou com o sol batendo na cara. A primeira pergunta que lhe veio a mente foi: cadê meu caramanchão!? Então ouviu a voz divina: Você não soube ser agradecido, vai pro sol. A fé não só muda uma montanha de lugar como pode fazer o sol ficar longe da gente.

(almoçamos em Vassouras, no tradicional restaurante da praça da igreja, tudo tinha de ser do bom e do melhor)

Na véspera, trabalhando sob uma solina tremenda, pensava na pedalada e rezei: Pai dê-nos um dia fresquinho pra pedalar.

E no dia D, começo do Desafio Volta Redonda-Rio das Ostras, desde que sai com Malu, bem cedinho, a manhã estava encoberta. Encontrei o amigo Pedrão e tocamos pra Pinheiral. Uma moleza!, como diz a propaganda de Ronaldo Fenômeno.

(não adiante dizer: puxa só aparecem Zé e Pedrão nas fotos; mas só fomos nós dois! Aqui estamos chegando em Barra do Piraí)

Daí pra Vargem Alegre no asfalto lisinho foi fabuloso. Pegamos a estrada de chão para Barra do Pirai e mesmo nas subidas não dava pra suar. Atravessamos a cidade, passamos Itakamosi, o lugarejo Bacia de Pedra, e chegamos a Vassouras onde um almoço muito legal nos esperava. Nos alimentamos sossegadamente e saímos pedalando pra fazer a digestão. Mas na boa mesmo, sem correria. O tempo continuava nublado e fresco como pedimos a Deus.

Subimos para Miguel Pereira e, juro, o ar-condicionado estava ligado no máximo. Fazia frio! Enquanto passávamos por Morro Azul o sol apareceu e esquentou um pouco, mas chegamos ao destino com a tarde tão fresca que parecia ser outono. A chuva chegou quando íamos do lago Javary para Paty. 

Sabidos, rezamos dez Pai Nossos para agradecer o pedido atendido. Eu e Pedrão não somos bobos como Jonas da Baleia. Amanhã era outro dia e queríamos sobra e água fresca para subir pra Teresópolis. Mas isto eu conto depois. 

publicado por joseadal às 18:58

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