“Entrou numa porta saiu pela outra, quem quiser que conte outra”. Eu e minhas irmãs já estávamos quase dormindo quando nossa mãe terminava o conto da carochinha com esse refrão. Que tempo bom!
Mas neste domingo fizemos um passeio de bicicleta bem desse jeitinho: fomos por um caminho e voltamos pelo outro. Foi uma volta para distrair, o ponto mais distante era uma velha estação ferroviária do município da Barra Mansa chamado Glicério.
A parte ruim era atravessar dois centros urbanos lotados de carros. Mas quando acabou o asfalto e começou a estrada de chão, em Vargem Alegre, o coração dos quatro ciclistas se aquietou e curtimos a beleza da natureza.
O passeio teve muito a ver com trens, túneis e trilhos. Algumas subidas serviram para exigir do corpo tão cercado dos confortos da cidade, um momento de persistente vontade.
Numa descida vertiginosa, já na volta, desviando-se de um cavalo, bem a minha frente, o amigo Agnelo usou pela primeira vez seu capacete que salvou sua preciosa cabeça mas, coitado, rachou. Aqui, saindo pela outra porta o colega Bispo sopra o braço machucado do amigo.
Quem quiser que conte outra.