bikenauta

Agosto 11 2014

- Saia de casa, vá viver a vida e ver o mundo.

Não gosto de ser mandado, mas esse cara aí até que tem razão. Neste sábado, 09/10/2014, tudo estava contra sair de casa. Cedo ainda, com o tempo frio e ameaçando chuva, saímos da cama e fomos colocar as bikes no transporte para ir a Rio Preto.

Viagem longa de duas horas, mas estávamos apostando que o dia ia “nascer feliz”. Na pequena cidade mineira, sob uma garoa tênue, tomamos café e enquanto descíamos as bikes decidíamos que caminho tomar.

A grande volta planejada, pelo adiantado da hora, não era mais possível. Então, rodeando a praça pegamos a subida de paralelepípedos.

Logo fazíamos força pela estrada de saibro. E toca subir a serra do Funil. A serra para ser vencida tem de se subir três longas encostas. O tempo firmou e o frio e o sol encoberto facilitou nossa ascensão.

Muito lá encima, pouco antes da terceira subidona, fomos visitar a Toca do Coelho,

lugar abençoado entre os picos da montanha.

Sem as bikes subimos uma tosca escadaria para ver a cachoeira do Leão e a do Gorila.

Depois de um lanche fomos completar o trajeto. Chegamos ao restaurante e marcando nosso almoço fomos visitar o funil e a igreja na caverna. Subimos outra escadaria. A falta de chuvas nos fez ver pela primeira vez o buraco por onde se escoa o riacho.

Então fomos visitar a gruta. Ali acontece uns fatos estranhos, como a mancha de água que forma o rosto da Virgem.

O salão onde são rezadas missas especiais nos deixa sempre reverentes.

Descemos para o almoço que foi delicioso. Depois de um descanso, começamos a volta passando por outro caminho.

Descemos até a vila de Três Cruzes, e mais ainda até Conceição do Monte Alegre. Entramos no asfalto e voltamos para arrumar as bikes para a viagem de volta pra casa.

O dia passou, mas por termos saído de casa para ver o mundo, voltamos carregados de lembranças felizes e completamente abastecidos de amizade.

         

publicado por joseadal às 00:34

Novembro 03 2013

Faço minhas, com todo respeito, as palavras do mestre Paulinho da Viola: “Vista assim do alto mais parece um céu no chão”.

Cara, é tudo lindo! Não dá vontade de descer, a gente quer ficar mais um dia e mais outro.

(na foto o professor Paulo Renato refrescando os pés e a alma, foto dele mesmo).

Não saberia dizer melhor que mestre Paulinho: “E a beleza do lugar, pra se entender tem que se achar. Que a vida não é só isso que se vê, é um pouco mais. Que os olhos não conseguem perceber e as mãos não ousam tocar e os pés recusam pisar. Sei lá não sei...”. Pergunte a André e Renata, inquira a Paulo Renato e Eder, e Alvinho: É assim mesmo, como o Zé tá dizendo? Eles repetirão a frase do compositor: nem cabe explicação.

(Renata num trilho todo feito de quartzita que veio do fundo do oceano, quando este sertão era mar, foto do amigo André Martins)

Mas pra se ver, tocar e pisar toda essa beleza tivemos que subir os três degraus da serra do Funil. E foi espetacular!

Todo o corpo cooperava para fazer a subida. As mãos e os braços faziam alavanca no guidão enquanto os pés e as pernas forcejavam nos pedais. Os pulmões resfolegavam a cada giro das rodas. Rio Preto foi ficando para trás e cada vez mais lá embaixo. (Álvaro na foto)

Rodeando os morros que fazem a saia rodada da serra fomos ficando cada vez mais alto. Passamos a arraialzinho de Santo Antônio e o caminho para a pousada Mato Limpo.

Mais acima passamos pela entrada para a represa e para Três Cruzes e adiante a entrada para o balneário do Coelho com suas quatro cachoeiras.

Mais além a pousada Mirante Santo Antônio e finalmente o lugarejo do Funil. Lá no alto, bem perto das nuvens e onde Deus Pai descansa seus divinos pés: “mais parece um céu no chão”. Quem se lembrava de cansaço por ter subido 15 km chegando a mais de 1000 m de altitude só com a própria força do corpo?! Foi subir ali, descer acolá. A escadaria para a gruta santa ninguém sentiu subir.

E nos fartamos de ver água de todas as cores e comer um delicioso tiragosto.

(Eder e Zé em foto do André)

Tenho de lembrar o mestre novamente: “Não sei se toda beleza de que lhes falo sai tão somente do meu coração”.

publicado por joseadal às 12:45

Outubro 31 2013

É como se escalássemos o céu.

É assim a subida de 15 km de Rio Preto a igreja da gruta do Funil.

Porém, para chegarmos lá é preciso passar pelos três, ou melhor, as três subidas. A primeira, bem esforçada, é a da Espírito Santo: vamos de 435 m à 810m em 6 km. A segunda, mais fácil, é a do Filho: descemos um pouco e vamos de 785 m a 945 em 5 km. A terceira, onde se faz uma penitência de botar a língua pra fora, mas nos dá uma indulgência quase plena, é a do Pai: vamos de 946 m a 1195 m em 2 km. Mas em sua misericórdia Ele nos dá uma descida alegre até 930 m.

Então, chegamos aos Paraíso onde nos refrescamos na lagoa do funil - aqui, se bobear, o ciclista pode ser tragado direto ao Inferno. Também visitamos a gruta santa subindo incontáveis degraus de pedra e depois ainda tem o Coelho.

- E o que é o Coelho Zé?

Ora, o que há além do Paraíso? Esse Coelho vamos tirar da cartola. Mas para ter tudo isso é preciso deixar a tibieza e vir. Os carros de Volta Redonda saem às 6 h deste sábado da pça Brasil, pegamos os colegas em Valença e tocamos para Rio Preto.

-Não tem uma outra opção não,Zé?

Tem, fique em casa vendo televisão e vá pro Purgatório.    

publicado por joseadal às 10:40

Fevereiro 05 2012

Há 8 anos, quando comecei a pedalar, ouvi falar da serra do Funil,
em Rio Preto, MG. Fui postergando até que decidi subir lá com minha bike.


Comecei a me informar e ciclistas muito bons e com a metade de minha idade avisaram: é difícil, seu Zé, eu tive de empurrar.

Mas já subi a Bocaina, a Beleza, o Pacau e até o Alto Caparaó, o Funil não me assustava. Até que neste
sábado, 04/02/2012, acompanhado do colega Nilson de Valença, empreendemos o
desafio. Chegando a Pentagna (10 km do percurso de 100 km) um frequentador do
bar no qual paramos sentenciou: a serra do Funil é onde Deus descansa os pés.
Aí, eu tremi.

Quando tinha 10 anos meu pai, Sr. Gumercindo, presenteou-me com uma Bíblia
novinha e, certa noite, ouvindo um pregador, acompanhei-o na leitura do Salmo
110:1: “Senta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos como escabelo para os teus pés”. Em casa
perguntei: o que é “escabelo”. Meu pai respondeu: é uma almofada onde o rei,
sentado no trono, pousa os pés. Agora sabia que a serra do Funil seria uma brabeza, era onde Deus
pousava Seus divinos pés.

Almoçamos em Rio Preto e fizemos a digestão subindo devagar de 400m de
altitude para 900m, em 18km. Já subi até 1200m em 22km indo para 7 Quedas, na
Bocaina, sem precisar desmontar. Será que o Funil seria assim tão difícil? É,
sim. São duas subidas, uma com 6km e outra com 10km. Saímos de Rio Preto antes
de 13h e chegamos lá às 16:30. Foram 3:30h de suor e dor temperado por uma
vista maravilhosa.

Depois de beber quase 2lt de líquido e descansar subimos a pé uma escadaria, os
degraus feitos na própria pedra, até a igreja dentro da gruta. Antes fomos ver o rio de
águas marrons escoar e sumir num funil. As águas nascidas nas serras vêm
abrindo caminho para baixo desgastando as pedras e delineando seu leito.
Possivelmente um desmoronamento tapou a passagem do córrego e ao invés dele
encher, represado, e passar por cima dos blocos que fecharam seu caminho ele achou outra solução. como
as serras são formadas por calcário ele encontrou buracos na pedra para seguir
por uma caverna e surgir à luz do sol mais abaixo. É um sumidouro. Aquele alto de serra impressiona.

A volta foi mais suave, mas o tempo planejado – estar de volta até 17h –
extrapolou completamente, chegamos com o cair da noite, eram 19:30. Mas não foi um
sacrifício, foi um esforço para alcançar um objetivo.  

Na condução vi a lua crescente me seguindo no céu e, como tem muitas
árvores a beira da estrada, ela parecia correr acima delas atrás de mim. Ela tinha de me olhar, afinal subi a serra do Funil!

publicado por joseadal às 18:31

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