Há quase dez anos soube que lá em cima da serra de N. Sra. do Amparo tem um caminho a direita que leva a uma aventura espetacular.
Finalmente, neste fim de um ano cheio de tantos acontecimentos felizes, conseguimos, levados pelo amigo Rogério em sua bicicleta novinha em folha, conhecer a trilha. Aquele alto de serra se chama Robertão, por causa do fazendeiro que era dono da fazenda do Ribeirão Claro.
A subida da serra é reta e exige muito do ciclista, é muito íngreme. Porém, logo se deslumbra um visual maravilhoso que se estende até a serra da Beleza.
Entretanto o ponto mais alto exige subir um tanto a mais. Que vale é ser este trecho coberto de mata e a gente empurra as bikes no sombreado das árvores.
Nós seis chegamos ao platô e na planura lá de cima atravessamos um riacho que corre para vales diferentes dos que passamos.
Então, não mais que de repente chegamos à porteira do céu. Uma cancela caindo aos pedaços que dá para um despenhadeiro de tirar o fôlego.
Nossas vistas se enchem do mar de morros que corcoveiam até Visconde de Mauá. Daí, se desce montando ou empurrando, de acordo com a coragem ou o cagaço do ciclista.
O sol estava inclemente, ardido, tirando a força da gente e nos deixando de garganta seca. Ninguém mais tinha água. Num barraco perdido naquele sertão encontramos uma água fresquinha saindo de uma bica perenemente aberta. Começa um sobe e desce que me causa uma cãimbra dolorosa.
Os amigos ajudam. Mais adiante, numa estradinha apertada por cerca e barranco damos de frente com uma boiada ensandecida. Cada um se espremeu como pode.
E foi depois do sítio com um bomba movida por uma roda d’água que vimos o asfalto e voltamos para casa.
Foi uma aventura desejada mais com um grau de dificuldade que não se esperava. Mas no mountain bike quanto pior melhor.