“Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei”.
Felizes os que se emocionam com um poema. Mas estou entre os que admiram uma boa poesia, embalam-se com as rimas bem trabalhadas e o ritmo da metrificação dos versos, mas não sentem a emoção que está contida nas estrofes. Quando alguém assim é ciclista ainda tem chance de se emocionar, de compreender o que o poeta acondicionou naquela trama de palavras.
Assim me aconteceu hoje, 21/04/2013, quando depois de uma curva vi a pequena Bananal de Minas acomodada entre as serras.
Sua igrejinha azul anil onde o rei fez a morada,
a avenida com duas pistas e 30 m de comprimento, a pracinha florida
e a longa cachoeira de despenhando lá de cima da serra de granito. A paz do lugar, onde parece que os moradores não se sentem pressionados o tempo todo para adquirir isso e aquilo, faz a alma ficar bem leve. Todos nós que paramos ali qual um bando de pássaros de arribação enfim tínhamos chegados a Pasárgada.
Essa aventura começou cedo ao colocarmos as bikes na carreta da Kombi. O trajeto até Santa Rita de Jacutinga pareceu-nos interminável.
Chegamos, montamos as bicicletas, tomamos um café reforçado e saímos a pedalar atravessando a bela cidade mineira.
O caminho estreito para o sertão sobe sempre, mas a subida acontece em lances e todos venceram bem o desafio.
Quando estávamos chegando a Passa Vinte um desvio a esquerda nos trouxe em uma ampla volta até o ponto de partida onde almoçamos fartamente. Todo o tempo o forte exercício foi cercado de paisagens lindas e brincadeiras de grandes amigos.
Ficou em todos a vontade de ir embora para Pasárgada, ou melhor, voltar a Bananal de Minas.